A Boeing, empresa americana famosa por seus aviões comerciais que voam pelo mundo inteiro, tem diversificado suas áreas de pesquisa nos últimos tempos. Prova disso é a patente de um drone que pode se transformar em uma espécie de submarino ou, ironicamente, um canhão laser que pode incendiar drones.
O mais novo registro de patente da empresa diz respeito à captação do barulho produzido pelas aeronaves durante pousos e decolagens em aeroportos. Os motores a jato dos aviões comerciais produzem ruídos na casa dos 140 decibéis, sem contar com o barulho das rodas durante aterrissagens o vento sendo cortado pelas asas etc. Chin Toh, um funcionário da companhia, desenvolveu então um método para produzir eletricidade a partir de toda essa energia acústica “desperdiçada”.
Instalando uma série de captadores de ondas acústicas nas bordas das pistas por onde as aeronaves transitam, o barulho gerado por elas se converteria em uma fonte de energia, que seria então utilizada para alimentar alguns sistemas do próprio aeroporto. De acordo com o engenheiro, toda a barulheira dos aviões é dissipada e representa uma perda energética que poderia estar sendo mais bem empregada há muito mais tempo.
A energia vibratória dos sons seria convertida em uma corrente de ar que impulsionaria uma turbina, gerando assim eletricidade. Uma subestação faria a coleta dessa energia elétrica e a distribuiria para os setores adequados. No entanto, mesmo que as aeronaves façam muito barulho, talvez isso não seja o suficiente para alimentar o sistema desenvolvido por Toh.
Um estudo publicado pela Escola de Engenharia do MIT há alguns anos mostrou que os sons audíveis pelos seres humanos, por mais altos que sejam, não representam necessariamente uma grande quantidade de energia. Por exemplo, o som produzido pelo motor de um trem se converte em cerca de um centésimo de watt por metro quadrado, enquanto a luz solar incidindo diretamente sobre um local gera 680 watts por metro quadrado.
Então, enquanto o modo como se capta energia proveniente de ondas sonoras não melhorar drasticamente, a patente do engenheiro da Boeing deve ir para a gaveta por enquanto. Mas nada impede que no futuro não haja algumas melhorias no projeto para viabilizar sua implementação.
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