Pode-se dizer que o mundo mobile está com os nervos à flor da pele desde que a OnePlus lançou o seu poderoso OnePlus 5. Ao que parece, o smartphone se saiu tão bem em testes de benchmark que essa sua performance acima do comum levantou suspeitas de todos os lados do mercado. Por ser um caso tão delicado, até um executivo da Google resolveu entrar no meio da discussão para criticar abertamente a estratégia adotada pela fabricante chinesa.
A controvérsia toda começou quando foi levantada a hipótese de a empresa estar usando métodos ilegais para obter uma pontuação maior nos testes sintéticos e de performance. A acusação era de que o smartphone estaria utilizando um perfil “overclockado” para forçar o processador a trabalhar em uma frequência maior que a oficial. Os problemas com isso? Além de não representar o desempenho padrão do aparelho, a prática pode sobreaquecer o hardware e diminuir a vida útil do produto.
Desempenho fenomenal ou bomba-relógio?
A funcionalidade faz parte do pacote básico do celular
Carl Pei, um dos cofundadores da OnePlus, chegou a rebater as críticas ao dizer que essa funcionalidade faz parte do pacote básico do celular. Teoricamente, o boost entraria em vigor não só durante os benchmarks, mas também na hora de rodar jogos ou nos momentos iniciais de abertura de novos aplicativos – reduzindo consideravelmente seu tempo de carregamento. O executivo, no entanto, não comentou nada sobre a possibilidade de isso afetar negativamente o gadget em longo prazo.
A Google não concorda
Tudo isso seria um bate-boca relativamente comum se a própria Google não resolvesse intervir na conversa por meio de Tim Murray, engenheiro de software sênior e um dos chefões da divisão de performance Android dentro da empresa. O executivo foi ao Twitter e fez uma sequência de postagens condenando o recurso “criativo” adicionado ao OnePlus 5 para aprimorar o seu desempenho.
“Detecção de apps e aumento da frequência mínima do processador. Meu Deus”, começou Murray. “Isso logo depois de eu falar com um monte de fabricantes Android e dizer especificamente para que eles nunca fizessem isso?”, se indignou o profissional. Ele explicou ainda que qualquer mudança nesse sentido é muito arriscada, já que isso pode detonar a bateria do smartphone ou minar a sua proteção térmica. Segundo o engenheiro, a Google tenta coibir essa prática, mas “é difícil detectar isso quando alguém resolve ser mais sorrateiro”.
O pessoal do Twitter diria que o executivo "ficou pistola" com a OnePlus
Por enquanto, a OnePlus não se pronunciou sobre esses últimos desdobramentos do caso, mas a expectativa é de que isso faça com que alguns consumidores mais preocupados com a sua segurança física durante o uso do smartphone prefiram esperar antes de adquirir um OnePlus 5. E você, acha tranquilo ter um aparelho com esses overclocks ocasionais? Não confia nessa estratégia? Deixe a sua opinião sobre o assunto mais abaixo, na seção de comentários.
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