Os problemas causados pelo vírus Zika podem estar apenas começando pelo mundo. De acordo com um relatório publicado no Harvard Public Health Review, as Olimpíadas do Rio de Janeiro ocorridas em 2016 podem dar início a uma epidemia digna dos filmes hollywoodianos, espalhando a doença por todo o planeta.
Uma previsão como essas não vem sem motivos, é claro. No texto, o professor Amir Attaran, da Universidade de Ottawa, comenta que o Rio de Janeiro é atualmente o maior foco do país para a doença, com mais casos do que em qualquer outro estado. Como dito por ele, “Tudo o que é preciso é um viajante infectado”.
O Rio de Janeiro está mais afetado pelo Zika do que qualquer um esperava, tornando as suposições anteriores de segurança obsoletas
Atualmente, o vírus Zika é famoso por causar um número gigantesco de casos de microcefalia pediátrica nos últimos meses, além de estar associada a doenças como a síndrome de Guillain-Barré. Uma epidemia ainda maior do que a sofrida atualmente pode causar incontáveis mortes para crianças e adultos – e não há nada como trazer meio milhão de pessoas para o maior foco da doença para ajudá-la a se espalhar.
Apenas um de muitos problemas
Vale notar que a preocupação com o Zika nas Olimpíadas de 2016 não é nova, assim como vários outros temores com relação à situação do país. Vários jornais lá fora criticaram a decisão do Brasil de continuar com o evento visto a atual crise e o escândalo político pelos quais passamos, por exemplo. Isso, junto da possível epidemia do vírus, resultou nos baixos números de vendas de ingressos, que mal ultrapassaram 50% dos assentos dos estádios.
Em defesa ao caso, por outro lado, temos as afirmações do Comitê Olímpico Internacional, feitas em janeiro, de que a cidade é um “ambiente seguro” para os jogos. Segundo eles, os visitantes e atletas no local estariam seguros, uma vez que a data do evento – com previsão de início em 5 de agosto – seria no período mais frio da região, o que resulta em uma menor população de mosquitos.
Mesmo assim, o artigo lembra que isso não vai acabar com todos os mosquitos, e basta que um punhado de pessoas seja infectado para dar início a uma epidemia. Além disso, o fato de essa ser uma variante nova da doença torna difícil qualquer previsão precisa de como seus transmissores vão agir.
Deixando o sentimentalismo de lado, claramente os Jogos do Rio 2016 não devem proceder
Por esses motivos, não são poucos os artigos que pedem que as Olimpíadas de 2016 sejam adiadas, mudadas para outra região ou mesmo canceladas. “Deixando o sentimentalismo de lado, claramente os Jogos do Rio 2016 não devem proceder”, disse o Prof. Attaran.
Não espere que isso aconteça mesmo, no entanto. Visto os enormes prejuízos que isso pode potencialmente causar em tudo o que foi investido, o governo brasileiro dificilmente vai adiar o evento, enquanto o próprio Comitê Olímpico afirma que o evento vai continuar. E por mais que a situação faça com que muitos evitem vir assistir à competição, um número igualmente grande de pessoas está disposto a se arriscar.
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