Aquisição da Nokia pode representar bons frutos para o futuro. (Fonte da imagem: Reprodução/G1)
No início desta semana, a Microsoft surpreendeu o mundo da tecnologia anunciando a aquisição da divisão de smartphones e celulares da Nokia, sua maior parceira nesse segmento até então. Na verdade, a possibilidade de a transação acontecer não era tão remota assim, mas o momento em que isso aconteceu realmente foi inesperado.
De qualquer forma, em dinheiro, o que isso significa para a Microsoft, que gastou US$ 7,2 bilhões na compra da empresa finlandesa? Na verdade, ao contrário do que muitos devem pensar, a Microsoft pode sair ganhando muito com o negócio.
Para começo de conversa, desde o início deste ano a Nokia começou a apresentar resultados positivos novamente, depois de um longo período de perdas. Somente no último trimestre fiscal de 2012, fechado em janeiro deste ano, a empresa registrou lucro de US$ 585 milhões, mas com uma receita de mais de US$ 10 bilhões.
Essa discrepância entre os valores de lucro e receita foram consequência das dívidas acumuladas nos períodos anteriores pela Nokia. Ou seja, o meio bilhão de dólares que sobrou como lucro foi um resquício de resultados de prejuízo que a fabricante amargava. Agora, entretanto, a empresa parece estar de volta aos trilhos, mas ainda assim não chega a ser nem de perto o que foi no passado, a líder absoluta de mercado.
Linha Lumia resultou na salvação e na venda da Nokia. (Fonte da imagem: reprodução/E&T)
Com receitas crescentes, a divisão comprada pela Microsoft deve integrar os resultados fiscais da criadora do Windows Phone no próximo ano e, em pouco tempo, o investimento bilionário para a compra deve ser compensado.
Todo o lucro é da Microsoft
Até agora, Steve Ballmer aceitava ganhar uma verdadeira miséria por cada celular com Windows Phone vendido pela Nokia. A finlandesa pagava menos de US$ 10 para a desenvolvedora do software por cada unidade dos Lumias que colocava no mercado, o que refletia o acordo para facilitar a vida da fabricante nos negócios.
Agora, como a Nokia pertence à Microsoft, a empresa deve “receber” US$ 40 por cada aparelho. Isso, claro, é um número imaginário, já que a Nokia não vai mais pagar de fato nada para a empresa que a possui, mas sim mandar cada centavo do seu lucro para os cofres da mesma.
Hardware, patentes e pessoas
Para ver o que a Microsoft tem nas mãos com a compra da Nokia, uma boa perspectiva a ser analisada é o capital físico, intelectual e pessoal que a empresa do Windows adquiriu. Até agora, a Microsoft tinha mais de 99 mil colaboradores ao redor do mundo. A esse time, serão incorporados 32 mil funcionários da Nokia. Outros 56 mil empregados da finlandesa vão continuar trabalhando de forma dedicada à fabricante de celulares.
Se falarmos em propriedade intelectual, é importante ressaltar que o catálogo da Nokia representou uma grande fatia do negócio. Dos US$ 7,2 bilhões do total da transação, US$ 2,2 foram das vendas das patentes para a Microsoft. Ao todo, entraram nessa conta mais de 38,5 mil patentes, sendo 30 mil já registradas e o restante em desenvolvimento ou aguardando registro.
Microsoft precisa saber aproveitar o que a Nokia tem de bom. (Fonte da imagem: Reprodução/WMPoweruser)
Com tudo isso, você pode imaginar que a Microsoft não comprou a fabricante de celulares mais lucrativa do mundo. Ainda assim, se a empresa realmente pensou um dia em comprar uma empresa desse segmento, a Nokia sempre foi a melhor escolha.
Para começar, a Nokia foi a que mais se aproximou da sua compradora com o Windows Phone, foi a que mais recebeu investimento direto da Microsoft e ainda por cima tinha um CEO proveniente dos escritórios dela. Ou seja, parece até que a Nokia foi preparada ao longo do tempo para fazer parte da Microsoft hoje. Isso não passa de especulação, mas é inegável que poderia ser uma possibilidade. Se realmente foi esse o caso, a Microsoft conseguiu o que queria com relativa facilidade e pode ganhar muito com isso no futuro se a Nokia continuar melhorando seus lucros.
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