Durante uma breve passagem pelo Brasil, o cofundador e CEO da Netflix, Reed Hastings, falou um pouco sobre os planos da empresa para o país e anunciou uma nova série original brasileira, que deve se unir à também nacional "3%" no catálogo do serviço de streaming. Chamado “Samantha!”, o seriado é uma comédia que vai acompanhar a história de ex-atriz mirim que, com sua carreira em decadência aos 20 e poucos anos de idade, casa-se com um jogador de futebol, que por sua vez acaba indo preso por uma década.
A trama vai se focar em toda a nova tensão que surge na vida do casal depois que o marido sai da cadeia, com direito a muitos elementos da cultura tipicamente brasileira – especialmente no que diz respeito ao nosso bom humor. Por enquanto, Hastings não pode dar informações sobre quem serão os atores e o diretor envolvidos no projeto, mas a produtora que está trabalhando na novidade é a Losbragas, responsável pelo documentário de Neymar e pelo longa "Latitudes". As filmagens devem começar ainda neste ano, e a estreia é prevista para 2018.
A Netflix está investindo em mais produções originais brasileiras
Além da nova comédia, a Netflix está trabalhando em outras produções originais feitas em território tupiniquim, incluindo a segunda temporada do seriado "3%" e um filme inspirado na Operação Lava Jato, esse último com direção de José Padilha (de "Narcos", "RoboCop" e "Tropa de Elite"). Segundo o CEO, o longa continua em produção e certamente causará polêmica, mas a Netflix não pretende “tomar um lado, e sim contar uma história” sobre a investigação.
Realidades brasileiras
Na ocasião, Hastings respondeu perguntas a respeito dos planos da Netflix no Brasil e ressaltou que o país – e a América Latina como um todo – é de grande importância para a empesa, ao ponto de que ela decidiu vir para cá antes mesmo de ter se expandido para a Europa. Por esse motivo, a companhia pretende continuar estimulando a produção de obras locais. “A ideia é compartilhar os melhores conteúdos do mundo todo”, disse o executivo.
Questionado a respeito das barreiras que ameaçam o pleno funcionamento da Netflix no Brasil, como a imposição de limites à banda larga fixa e a cobrança do ISS sobre o serviço de streaming, o CEO demonstrou confiança. Citando exemplos como o Canadá, Hastings afirmou que muitos países já adotaram cotas para a utilização da internet, mas em todos os casos os consumidores acabam se unindo para demonstrar sua insatisfação, resultando na ampliação e até na eliminação de qualquer limitação.
O cofundador e CEO da Netflix, Reed Hastings
Já ao falar especificamente dos impostos, o executivo afirmou que a Netflix tem como costume coletar e pagar devidamente todos os impostos a que for submetida pela lei de cada país, e isso não é diferente por aqui. “Ninguém fica feliz com impostos, mas é algo com que todos temos que lidar”, pontuou Hastings. Dessa forma, parece realmente ser uma questão de tempo até que a incidência da cobrança do ISS realmente aumente o preço das assinaturas do serviço de streaming – isso se a medida realmente não for considerada inconstitucional, é claro.
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