Até o final de 2016, a Netflix deve disponibilizar cerca de 600 horas de conteúdo original inédito em seu serviço de streaming, o que representa um crescimento considerável das 450 horas adicionadas no ano anterior. No entanto, parece que mesmo os números atuais ainda estão bem abaixo das metas a empresa tem para os próximos anos, ao menos de acordo com seu chefe financeiro.
Segundo o CFO da Netflix, David Wells, a meta da companhia é, dentro de alguns anos, fazer com que seu conteúdo próprio chegue a representar 50% do total de filmes, séries e shows oferecidos. “Estamos passando por uma transição e evolução de vários anos para uma quantidade maior de produções nossas”, ressaltou o representante na recente conferência Communacopia, em Nova York.
O objetivo da Netflix é que seus filmes e séries próprias represente 50% do seu catálogo em alguns anos
A ideia é que os seriados e filmes originais continuem sendo constituídos por uma mistura entre conteúdo produzido pela própria Netflix, coproduções com outras empresas e aquisições diretas. De acordo com Wells, hoje o serviço de streaming está “quase na metade” do caminho para atingir seu objetivo de 50% de material exclusivo.
Sucesso é relativo
O CFO aproveitou a ocasião para ressaltar que a Netflix não espera que todas as suas atrações seja sucessos explosivos – como recentemente foi o caso de Stranger Things, por exemplo. Usando uma metáfora de baseball que tomaremos a liberdade de “traduzir” para o futebol, ele afirmou que “não temos a necessidade de que tudo seja uma goleada de 7x1... Também conseguimos aceitar só um, dois ou três gols, especialmente se isso for proporcional ao custo [da obra]”.
Não temos a necessidade de que tudo seja uma goleada de 7x1
Atualmente, a projeção de investimento da companhia em atrações próprias é de US$ 5 bilhões, mas esse valor deve subir para US$ 6 bilhões em 2017. Ainda que o montante total suba, Wells ressalta que que o custo de produção caiu – o que aumentou foi a quantidade de material criado e de interessados por trabalhar junto com a Netflix.
Considerando todos os mercados ao redor do mundo, a empresa espera que no futuro cerca de 80% do conteúdo seu próprio seja produzido em Hollywood, enquanto os 20% restantes devem conter programação feita em cada país, em sua língua nativa. A única exceção para a regra é o Japão, onde a Netflix tende a buscar 50% de criações feitas por lá mesmo. A meta aqui é lançar todos os meses atrações que atraiam cada pessoa individualmente.
No Japão, a meta é que metade dos conteúdos próprios da Netflix seja produzida localmente
Algum dia você volta
Nos últimos meses, a Netflix vem passando por um processo de transição de seus assinantes para o plano de US$ 10 por mês, que permite a utilização de até duas pessoas com transmissões em HD. A mudança forçada, no entanto, fez com que a mensalidade de alguns de seus clientes mais antigos aumentasse e, como consequência, aumentou a taxa de cancelamentos do serviço.
De acordo com Wells, a Netflix está aumentando seus preços para gerar mais receita. A intenção é usar esse dinheiro extra para investir em mais conteúdo, que por sua vez deve atrair mais assinantes e ajudar a reter os demais. O chefe financeiro diz que, entre todos os clientes que cancelaram até agora, algo entre 33 e 50% deve voltar a utilizar a plataforma em algum momento do futuro.
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