O que a qualidade de um vídeo em valores como taxa de bits realmente dizem para o quão boa uma imagem é para o olho humano? Não muito, de fato – afinal, uma qualidade de imagem que parece ótima ao mostrar objetos pequenos e pouco detalhados pode deixar bastante a desejar quando vemos algo bem de perto. Pensando nisso, a Netflix resolveu lançar uma solução para esse problema.
A resposta para isso surgiu na forma de uma ferramenta chamada Video Multimethod Assessment Fusion (VMAF), capaz de medir a qualidade de vídeo usando como base o próprio olho humano; ou melhor, como nós enxergamos imagens. Com a ajuda desse software, a Netflix tem como esperança trazer uma medição melhor do que a simples resolução de imagem ou se o filme está em alta definição, e sim alcançar algo agradável para nossa percepção.
Mais do que uma questão de pixels
Para chegar a essa tecnologia, a Netflix teve que passar por um bom número de estudos. Neles, ela realizou uma série de testes em que pessoas comparavam uma mesma cena em dois níveis de resolução diferentes, avaliando o quão incômoda era a queda de qualidade. Basta conferir as imagens abaixo para ter uma ideia dos exemplos usados:
Abaixo, as versões das imagens em maior qualidade; acima, as versões de baixa resolução. Em qual delas é mais fácil notar a diferença?
O resultado, como muitos devem imaginar, foi bastante interessante. O fato é que, na hora de mostrar cenas com grandes multidões ou vários objetos, a diferença de qualidade foi quase imperceptível; já no caso de imagens mais próximas, como da raposa mostrada acima, a diferença notada pelos candidatos foi enorme.
Graças a esses dados, a Netflix foi capaz de concluir que três aspectos são essenciais para o desenvolvimento do VMAF. Em primeiro lugar, é preciso ficar atento à perda de fidelidade da imagem em comparação à sua fonte; em segundo, à perda de qualidade dos detalhes na cena. Tudo isso, por fim, é analisado levando em conta os efeitos do movimento em cada quadro.
Em busca de uma melhor experiência de vídeo
A Netflix nota, no entanto, que mesmo esse sistema não é infalível. Obviamente, a percepção de qualidade pode ser drasticamente afetada caso você esteja observando um vídeo de baixa resolução em uma TV enorme; além disso, a maneira como o software avalia a qualidade da imagem é resumida, e não consegue notar uma série de quadros ruins na exibição. Como se não fosse suficiente, a qualidade dos próprios vídeos oferecidos no serviço variam drasticamente, dificultando o monitoramento de qualidade.
Mesmo assim, a empresa ainda tem planos de melhorar o VMAF e, considerando um cenário em que você TV a uma distância “padrão”, a ferramenta já funciona muito bem.
Vale notar, por fim, que para ajudar outras empresas, a Netflix disponibilizou seu programa em código aberto. Você pode baixar o programa clicando aqui, bem como conferir seu funcionamento pela mesma página.
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