A Netflix é um exemplo perfeito para aulas em qualquer curso voltado para negócios. O serviço começou com aluguel de fitas VHS e, posteriormente, DVDs via correio, desbancando concorrentes de peso nos EUA durante o processo, e, por volta de 2007, se reinventou ao investir no setor de streaming de vídeo. De quebra, a empresa revolucionou o sistema de assinaturas online e o modo como consumimos entretenimento na internet. Com um currículo desses, ainda sobram desafios para o futuro? Ora, é claro que sim!
Como uma companhia acostumada tanto a ditar tendências quanto a se moldar ao mercado, as transformações da marca são constantes. O fato de muitos estúdios terem percebido a mina de ouro da transmissão de suas produções via web, por exemplo, fez com que aumentassem o preço da cessão de direitos digitais de seus filmes e séries na hora de negociar com a Netflix. Isso fez com que o catálogo da plataforma diminuísse um pouco, mas, simultaneamente, serviu como impulso para a criação de produtos originais da casa. Sentiu o faro para oportunidades?
A empresa pode estar rumando a um confronto direto contra outros competidores no segmento de conteúdo sob demanda
Agora, a empresa pode estar rumando a um confronto direto contra outros competidores no segmento de conteúdo sob demanda, podendo fazer com a TV paga e outros serviços de streaming o mesmo que fez a nomes anteriormente fortes como a Blockbuster. Quer dizer, isso se esse caminho depender da percepção que os consumidores têm a respeito da marca. Essa opinião dos usuários foi compilada por meio de uma pesquisa realizada pelo site AllFlicks, que entrevistou 3 mil internautas para saber como eles enxergavam embates desse tipo.
Mudança de paradigmas
Embora Reed Hastings, CEO da Netflix, já tenha afirmado em algumas ocasiões que seus verdadeiros adversários são outros produtos do mesmo estilo ou iniciativas como o HBO Go e que é possível coexistir com os canais tradicionais de entretenimento, o público em geral acredita que o grande antagonista para a plataforma é mesmo a TV a cabo. Para sermos mais exatos, 75,5% dos entrevistados declararam que o serviço pode substituir facilmente os pacotes pagos de televisão.
Entre o pessoal que não concordou com a afirmativa – respondendo “Não” (13,8%) ou “Não tenho certeza” (10,6%) à questão –, os eventos esportivos foram citados como a principal barreira para que essa troca definitiva aconteça. “Me livrarei de vez da TV a cabo no dia que a Netflix começar a transmitir partidas ao vivo”, explicou um dos visitantes do AllFlicks. Além disso, os programas de notícias também parecem fazer diferença na hora de segurar o cancelamento da operadora televisiva.
A disputa da Netflix contra os cinemas ainda está no início
Ok, mesmo que o futuro da televisão pareça nebuloso aos olhos do consumidor mais antenado com as plataformas de streaming, o caso parece ser bem diferente quando o assunto são os cinemas. Mesmo acreditando na força da Netflix, a maioria esmagadora dos adeptos da plataforma deixam claro que acham que as grandes telas ainda vão sobreviver a essa revolução online. Ao todo, 67,6% das pessoas ouvidas disseram que a experiência nas salas de cinema não deve perder espaço para o streaming.
No entanto, é interessante notar que, deixando de lado os 8,2% de indecisos, há uma parcela considerável de usuários que apostam todas as suas fichas no eventual domínio da Netflix diante da indústria cinematográfica. Isso mostra que a estratégia da empresa de Hastings de comprar direitos de filmes para estreia na plataforma e produzir seus próprios longas-metragens andam mudando, pouco a pouco, os costumes dos consumidores. Ainda assim, a “magia” da experiência no cinema pode frear esse avanço por mais algum tempo.
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