Um dos primeiros conceitos de estação espacial inflável, de 1961 (Fonte da imagem: Bigelow Aerospace)
Parece uma piada, mas é verdade: no futuro, é possível que várias estações espaciais sejam infláveis. A ideia foi até mesmo cogitada pela NASA, que projetou um módulo, chamado TransHab, para ser usado na Estação Espacial Internacional e que, mais tarde, poderia se tornar a moradia dos colonos de Marte. Mas quais seriam as vantagens de morar em uma casa inflável, frente às estruturas sólidas já criadas?
Menor custo
Montar uma estação feita inteiramente de tecido pode até ser caro, de acordo com o material usado, mas definitivamente é mais barato do que fazer o mesmo com metais. De fato, este foi um dos principais incentivos para que a NASA seguisse em frente com a ideia, depois dos enormes cortes de verba que ela sofreu nos últimos anos.
Isso também tornaria essas moradias muito mais acessíveis para colonos em potencial: pagar alguns milhões de dólares a menos por sua casa no espaço com certeza seria algo bem-vindo.
Sem perder o conforto
Ampliar (Fonte da imagem: Divulgação/NASA)
Conforto é uma questão importante, principalmente se soubermos que aquele será o único lugar onde poderemos ficar assim que estivermos fora da Terra. Por sorte, o TransHab contaria com bastante espaço quando completamente inflado, ganhando três andares diferentes com que possuiriam diversas áreas de habitação.
Primeiro andar
Aqui fica a principal área da base, com uma cozinha e mesas para até 12 pessoas, o suficiente para toda a tripulação de uma estação tanto na hora das refeições quanto para o caso de uma reunião.
Segundo andar
Todos os seis dormitórios da tripulação estão neste andar, além de um computador que pode tanto ser usado para entretenimento quanto para trabalho. É aqui também que fica a sala de máquinas, que controla todos os sistemas da moradia.
Terceiro andar
Uma vez que é extremamente importante manter os astronautas em forma no espaço, boa parte deste andar conta com equipamentos de exercícios. A área restante seria usada como armazém do TransHab, guardando suprimentos, roupas e equipamentos.
Leve no seu bolso
Está bem, as estações infláveis atuais estão longe de ser tão portáteis, já que, até o momento, é preciso de bastante espaço para abrigar todos os objetos de seu interior. O TransHab, por exemplo, teria um diâmetro de 4,3 metros, mesmo antes de ser inflado com jatos de nitrogênio líquido e dobrar de tamanho.
Mas isso não quer dizer que a situação vai continuar a mesma no futuro. Com o tempo, as estruturas poderão ser reduzidas ainda mais, para que as pessoas consigam carregá-las com facilidade.
Isso é seguro?
Essa é uma pergunta que muitos devem estar fazendo, e com boas razões. Afinal, se um balão pode ser facilmente derrubado com um projétil comum, imagine o estrago que um meteoro (que já causa enormes danos a uma estação feita de metal) ou até mesmo um resto espacial viajando várias vezes mais rápido que uma bala pode fazer.
Apenas isso já seria suficiente para que qualquer astronauta são seja contra a ideia de uma estação inflável, mas estamos falando de um projeto da NASA: a organização provavelmente sabe o que está fazendo.
AmpliarA estação teria camadas para proteger a estação de diferentes perigos do espaço (Fonte da imagem: Divulgação/NASA)
Para que a estação inflável fique protegida, seu casco seria feito de várias camadas diferentes de tecidos. Entre eles está uma versão super resistente do Kevlar – principal material usado em coletes à prova de bala – e o Nextel – uma fibra cerâmica resistente a temperaturas extremas –, mantendo os astronautas seguros mesmo em ambientes de 120 ou -130° C.
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Embora o projeto da NASA tenha sido descontinuado, já foi provado que o conceito pode funcionar. De fato, atualmente já existem dois protótipos orbitando nosso planeta, lançados por uma empresa privada, que são constantemente monitorados para aperfeiçoar a ideia.
Por isso, fica a dúvida: será que no futuro as estações espaciais continuarão como hoje ou elas se tornarão verdadeiros balões gigantes?
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