Viver no espaço. Talvez uma das maiores cobiças do ser humano. Muito antes do início da corrida espacial, que aconteceu entre os Estados Unidos e a União Soviética no período de 1957 a 1975, o homem sonha em viajar pelo espaço explorando galáxias desconhecidas e vendo as belezas do Universo com os próprios olhos.
Famoso por tratar de temas futuristas, Isaac Asimov aborda a vida no espaço de maneira ambiciosa em seus livros. Em suas obras (“Eu, Robô”, “Trilogia Fundação” e “Série Império Galáctico”), Asimov explora de uma maneira bem peculiar como seria viver a bordo de naves espaciais ou em planetas fora do nosso Sistema Solar.
Os desafios em sobreviver longe da Terra são muitos. Oxigênio, comida e água são apenas alguns dos problemas que devem ser contornados para que o ser humano consiga deixar o planeta azul para trás.
Embora seja necessária e inevitável, a evolução do ser humano trouxe vários problemas. O modo de vida da humanidade pode fazer com que a Terra se torne um planeta inabitável nos próximos séculos. Sendo assim, pode ser que esteja na hora de fazer as malas e mudar para o vizinho habitável mais próximo do Sistema Solar.
Como em toda mudança, diversos contratempos podem surgir. Neste caso, duas perguntas fundamentais devem ser respondidas antes de chamar o caminhão de mudança. Para onde ir? Mais importante ainda do que o “onde” é: como ir?
Stephen Hawking e a viagem no tempo
Segundo Stephen Hawking, renomado físico teórico e cosmólogo inglês, a chance de a raça humana sobreviver está na colonização de outros planetas nos próximos dois séculos. O aumento exponencial da população e o uso excessivo dos recursos finitos da Terra podem tornar-se grandes problemas para a permanência do homem no planeta.
Hawking já havia comentado sobre a possível criação de uma nave capaz de viajar no tempo, mais precisamente para o futuro, a fim de atravessar grandes distâncias, tornando possível a exploração de outros sistemas de planetas.
De acordo com o físico, seriam necessários 80 anos para que essa nave chegasse aos limites da galáxia. Então como seria possível chegar a planetas fora da Via Láctea?
A resposta para esta pergunta pode estar na evolução da tecnologia. Considerando que veículos como o Ônibus Espacial levam cerca de dois dias para atingir a órbita terrestre e se acoplar à ISS, seria impossível utilizá-los para viagens espaciais longas.
Enquanto uma sonda espacial como Cassini-Huygens leva aproximadamente 81 meses para chegar a Saturno, um Ônibus Espacial como o Endeavour levaria muito mais tempo, uma vez que são bem mais pesados e lentos que as sondas. Por outro lado, as sondas espaciais não são equipadas para o transporte de pessoas.
Com as limitações de velocidade dos projetos atuais, uma alternativa para o problema do tempo de viagem seria o desenvolvimento de um grande projeto no qual a tripulação original embarcaria rumo a um planeta distante e tivesse seus filhos no espaço, ao longo da viagem. Assim a segunda, ou terceira, geração de tripulantes seria a responsável por completar a missão, chegando ao destino desejado.
Embora já tenha sido considerada esta hipótese, outras soluções foram pensadas para o caso de o ser humano ter que fazer as malas e sair da Terra. Uma delas é o hotel espacial. A outra é uma possível solução natural: um planeta parecido com a Terra.
Um novo planeta x Hotel no espaço
O hotel
Como já era de se esperar, uma das alternativas para viver no espaço vem da antiga União Soviética. Um projeto russo tem como principal ambição colocar um hotel em órbita até o início de 2016. A empresa Orbital Technologies, também russa, anunciou que pretende levar o homem para morar no espaço muito antes do que o previsto.
O hotel contará com quatro cabines em um espaço de 20 m². Até sete pessoas podem se hospedar ao mesmo tempo nas acomodações sem abrir mão do conforto. As naves russas Soyuz serão as responsáveis pelo transporte dos hóspedes até suas acomodações espaciais.
Se tudo correr como o esperado, em 2016 será possível morar no espaço e desfrutar de uma bela vista da Terra pela janela. Mantendo esse ritmo, a criação de cidades inteiras na órbita terrestre pode acontecer muito antes do tempo sugerido por Stephen Hawking.
O planeta
Quase que em resposta às palavras do físico, surgiu o Gliese 581G. Trata-se de um planeta descoberto na zona habitável à volta da estrela Gliese 581, situada a 20 anos-luz da Terra.
Estar na zona habitável significa que o planeta está próximo o suficiente da estrela para conter água em estado líquido em sua superfície. Outros planetas já foram descobertos orbitando esta estrela, mas nenhum dele na zona habitável.
Segundo os cientistas que divulgaram a descoberta, as chances de haver água na superfície do Gliese 581G e de ele ser habitável como a Terra são grandes, o que animou a comunidade científica.
Fazer as malas?
Embora o ser humano anseie pela vida no espaço, as tecnologias atuais não permitem que o homem abandone a Terra tão cedo, ou pelo menos não com o conforto e as comodidades aos quais está acostumado.
Ainda serão necessários muitos anos para que o ser humano tenha que abandonar a Terra e morar em outro planeta, ou mesmo galáxias vizinhas. Mesmo que isso aconteça apenas nas gerações futuras, é bom pensar desde já em soluções para o caso de a raça humana ter que abandonar a Terra, antes que seja tarde demais.
Será mesmo que algum dia o ser humano vai olhar para um ponto azul representando a Terra no céu e dizer “Diz a lenda que os antepassados da nossa raça viveram naquele pontinho!”? Ao que tudo indica, se a velocidade com a qual os recursos da Terra são consumidos e o planeta é poluído não diminuir, as futuras gerações não terão muita escolha.
Caso isso venha a acontecer, qual seria o primeiro planeta a servir como lar para o povo da Terra? Façam suas apostas e fiquem de olho no céu, afinal lá pode estar sua próxima casa!
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