No meio de junho deste ano, a Harley-Davidson causou rebuliço na comunidade dos motociclistas ao revelar um de seus produtos mais ousados: o protótipo de uma moto elétrica chamada Project LiveWire. Apesar do vídeo divulgado na época – que pode ser visto no topo da página –, muita gente ficou reticente em relação ao motor elétrico. Os veículos da Harley têm um histórico de robustez, qualidade e potência, que se juntam a um estilo de vida abraçado por seus consumidores. O pessoal do site Ars Technica conseguiu colocar as mãos em uma dessas belezinhas e tirou a prova pessoalmente.
O projeto desenvolvido pela tradicional empresa apresenta um design mais ousado e futurista, principalmente quando comparado aos modelos mais comuns de motocicletas vendidas pela companhia. Ben Lund, o engenheiro responsável pela empreitada, diz que, como acontece com qualquer outro produto, o Project LiveWire começou como uma ideia que foi tomando forma.
Em vez de pensarem no veículo como uma Harley elétrica, o time de desenvolvimento começou do zero e encarou o projeto como uma nova moto que “coincidentemente” tem um motor elétrico. Isso foi essencial para garantir que o conceito visual, muito importante para os consumidores da empresa, se mantivesse dentro dos critérios da Harley, de proporcionar uma experiência através do design.
O que se tem certeza ao olhar pra o protótipo é de que se está diante de algo especial. Apesar de ser apenas uma versão para testes, todas as peças passam a sensação de ser algo que faz parte de um produto final e industrializado. Esse resultado, em parte, se dá pelo uso intensivo de impressoras 3D durante a elaboração do projeto, que permitiram que os engenheiros pudessem ter as peças em mãos e sentir se estavam aptas para o projeto.
Potência elétrica
O modelo Livewire é construído com um motor elétrico de indução que oferece 74 cavalos de potência à motocicleta, fazendo com que ela possa chegar a velocidades de até 160 quilômetros por hora. Não se sabe exatamente qual a autonomia da bateria, mas estima-se que, com carga completa, pode ser possível completar um trajeto de até 85 quilômetros. A equipe de criação diz que a tecnologia de baterias é uma das grandes limitações dos veículos elétricos atualmente.
Durante o percurso de testes, o motociclista Gavin Gear pôde experimentar outra característica muito importante do motor abrigado no Project LiveWire: o som feito ao se pilotar o produto. Uma das características fundamentais das motos da Harley-Davidson é exatamento o ronco do motor, e a versão elétrica da família não fica atrás nesse quesito. Em vez do brutal barulho dos motores convencionais, é oferecido um som suave e peculiar, que fica entre uma turbina de avião e a aceleração de uma nave de Star Wars.
A experiência de guiar o protótipo é relatada como bastante natural e familiar, como se o piloto o conhecesse mais do que os 20 minutos de testes. A aceleração, as manobras e freadas – bruscas e suaves – se mostraram extremamente eficientes, não devendo nada aos modelos de linha, em ampla produção.
Ainda não foi revelado se o Project LiveWire vai se tornar um produto regular da empresa, mas parece que já é possível dizer que o mero fato de experimentar a motocicleta é o suficiente para mudar a opinião até dos mais fervorosos fãs da companhia. Palmas para a Harley-Davidson.
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