Por Francisco Forbes.
Nos últimos anos, testemunhamos uma crescente demanda por alternativas de transporte mais sustentáveis e eficientes nas grandes cidades. Entre essas alternativas, os veículos elétricos se destacaram como uma solução promissora, juntamente com iniciativas como:
- bicicletas compartilhadas;
- carros compartilhados;
- investimentos em transporte público de baixo carbono.
No entanto, a rápida ascensão e queda desses modais em algumas regiões, inclusive no Brasil, ressalta a importância crucial de uma implementação criteriosa e sustentável para garantir o sucesso e a evolução consistente dessas opções de mobilidade.
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A integração inteligente dos modais elétricos com o transporte público existente é essencial para maximizar sua utilidade e conveniência.
Muitas operadoras falharam em considerar aspectos essenciais, como regulamentação adequada, integração com o transporte público e a disposição adequada dos veículos.
Lembra-se da febre das patinetes elétricas que tomou conta das ruas das grandes cidades brasileiras? No auge da popularidade, esses dispositivos representavam mais do que uma simples moda passageira; eles simbolizavam uma revolução na mobilidade urbana.
Oferecendo uma alternativa ágil e ecologicamente correta para percorrer curtas distâncias, as patinetes elétricas pareciam estar prestes a transformar o cenário urbano. No entanto, como tantas outras tendências passageiras, a empolgação em torno das patinetes logo foi ofuscada pelos desafios inerentes à sua operação e modelo de negócio.
Uma implementação criteriosa e sustentável requer uma abordagem holística que leve em consideração diversos fatores-chave.
Primeiramente, é fundamental estabelecer parcerias estratégicas com autoridades municipais e órgãos reguladores para garantir que todos operem dentro de um quadro legal claro e justo. Isso não apenas promove a segurança dos usuários, mas também ajuda a prevenir conflitos com outros modais de transporte e pedestres.
Além disso, é essencial desenvolver um modelo de negócio robusto que seja viável financeiramente a longo prazo. Dependendo apenas de subsídios ou investimentos contínuos compromete-se a sustentabilidade da operação. É imperativo que o modelo de negócio seja capaz de ganhar escala e se pagar de forma consistente, garantindo a independência financeira da empresa.
A integração inteligente dos modais elétricos com o transporte público existente é essencial para maximizar sua utilidade e conveniência. Por exemplo: iniciativas como estações de compartilhamento próximas a pontos de ônibus e estações de metrô facilitam a transição suave entre diferentes modos de transporte, incentivando o uso combinado e reduzindo a dependência de veículos particulares.
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Com essas e outras práticas operacionais, como a utilização de baterias recarregáveis e a manutenção ecoeficiente da frota, as empresas de micromobilidade elétrica não apenas reduzem seu impacto ambiental mas também vão de encontro à crescente preferência dos consumidores por marcas ecologicamente responsáveis.
É fundamental reconhecer que as novas soluções de mobilidade são desejadas e necessárias, especialmente nos grandes centros urbanos. No entanto, é imperativo que essas soluções sejam planejadas e implementadas de forma perene, e não como experimentos temporários nos quais a população e o governo servem como cobaias involuntárias.
Infelizmente, muitas tentativas anteriores de introduzir inovações no setor de mobilidade resultaram em experiências frustrantes – tanto para as empresas quanto para os usuários.
Atualmente, dispomos de ferramentas e conhecimentos suficientes no mercado global para garantir a implementação sustentável de soluções inovadoras. É essa abordagem que devemos promover no país.
Ao adotar uma visão de longo prazo e investir em planejamento cuidadoso, regulamentação adequada e parcerias estratégicas, podemos criar um ambiente propício para o crescimento consistente e a evolução contínua das alternativas de mobilidade no país.
Isso não apenas beneficia as empresas e os consumidores, mas também contribui para a construção de cidades mais sustentáveis, inclusivas e eficientes para todos.
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Francisco Forbes é CEO da Whoosh no Brasil.