Os trens evoluíram muito de alguns tempos para cá. Capazes de atingir velocidades altíssimas e realizar viagens rápidas e seguras, o desenvolvimento ferroviário recebeu um novo impulso para trens de alta velocidade com o chamado Maglev.
Maglev é a abreviação do termo levitação magnética, e o nome está relacionado aos trens que flutuam sob trilhos usando princípios básicos de ímãs para substituir as antigas rodas de aço.
É verdade que o trem maglev mais parece uma invenção futurística, mas essa tecnologia já existe em alguns lugares do mundo, com o potencial de serem mais rápidos, seguros e energeticamente eficientes do que o sistema convencional ferroviário.
História do Maglev
No início dos anos 1960, James Powell estava a caminho de Long Island, Nova York, para ver sua namorada, e ficou preso em um engarrafamento de cinco horas na ponte que liga o Queens ao Bronx. Nesse momento, ele pensou que deveria haver alguma forma de viajar mais rapidamente por terra do que os carros tradicionais.
Trem Maglev em Xangai, na China (Getty Images)
Ele trabalhava com supercondutores — materiais, principalmente metais, que perdem drasticamente sua resistência elétrica quando resfriados, permitindo que a corrente flua praticamente sem perdas de energia. Uma propriedade dos supercondutores é que, quando estão neste estado de resistência quase zero, podem criar campos eletromagnéticos poderosos, fortes o suficiente para repelir objetos tão grandes quanto trens e mantê-los suspensos no ar.
Powell não foi o primeiro a conceber a ideia de trens impulsionados por forças magnéticas. Em 1904, o professor e inventor Robert Goddard havia escrito um artigo descrevendo a ideia da levitação magnética e, em 1910, as primeiras patentes para a tecnologia foram registradas por Emile Bachelet.
O trem Maglev de Xangai foi a primeira linha Maglev comercial do mundo, inaugurada em 2004. A Alemanha e o Japão também desenvolveram tecnologias de trem do mesmo tipo e testaram seus protótipos. Atualmente existem seis linhas Maglevs comerciais e todas estão localizadas na Coreia do Sul, China e Japão.
Como o trem Maglev funciona?
A diferença entre um trem Maglev e um trem convencional é que o magnético não possui motor — pelo menos não o tipo de motor utilizado para puxar vagões típicos ao longo de trilhos comuns de aço.
O princípio básico por trás do veículo é o mesmo da propulsão eletromagnética: polos opostos se atraem e polos iguais se repelem. Os eletroímãs são semelhantes a outros ímãs, pois atraem objetos de metal, mas a atração magnética é temporária.
Na pista Maglev, o trem praticamente levita em cima dos trilhos, o que acontece porque a bobina magnetizada que corre ao longo dos trilhos repele os grandes ímãs no trem de pouso.
Como os trens não tocam as linhas férreas, isso os torna mais silenciosos do que outros trens e, mesmo quando atingem a velocidade de 300 km/h, os níveis de decibéis são de apenas 65 para pessoas situadas a 50 metros de distância do trem.
Isso também faz com que o passageiro experimente menos turbulência do que os trens convencionais, já que a única fonte de atrito é o ar.
Outro grande benefício do trem Maglev é sua segurança, já que eles são conduzidos por guia elétrica. Quaisquer dois trens viajando na mesma rota não podem se alcançar ou colidir um com o outro devido ao campo magnético dos trilhos.
A tecnologia Maglev é uma grande promessa para o futuro. Tem potencial de ser uma forma mais barata, rápida, sustentável e segura do que temos atualmente.
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