A Tesla está sendo alvo de uma investigação criminal nos EUA sob a acusação de que seus veículos elétricos estariam dirigindo sozinhos, o que teria causado dezenas de acidentes. De acordo com uma reportagem exclusiva da Reuters divulgada na terça-feira (25), o inquérito foi solicitado no ano passado pelo próprio Departamento de Justiça do país (DoJ).
Baseada nas informações de “três pessoas familiarizadas com o assunto”, a reportagem da agência de notícias britânica afirma que o recurso Autopilot – que permite que os veículos da Tesla acelerem e freiem dentro de suas faixas sem intervenção dos motoristas – está no centro das investigações por estar no controle de carros envolvidos em diversos acidentes, alguns deles fatais.
Tecnologia, negócios e comportamento sob um olhar crítico.
Assine já o The BRIEF, a newsletter diária que te deixa por dentro de tudo
Desde 2016, a tecnologia de assistência ao motorista da Tesla vem sendo vendida como precursora de um veículo totalmente autônomo. Sempre muito eloquente, o CEO da empresa, Elon Musk, dizia na época que o Autopilot era “provavelmente melhor” do que um motorista humano.
Autônomo ou não?
Fonte: Conselho Nacional de Segurança nos Transportes EUA/Reprodução.Fonte: Conselho Nacional de Segurança nos Transportes EUA
Embora o site da Tesla alerte em seu site que os recurso Full Self-Driving (FSD) "não tornam o veículo autônomo", um vídeo também disponibilizado no site da empresa, afirma: A pessoa no banco do motorista só está lá por motivos legais. Ele não está fazendo nada. O carro está dirigindo sozinho”.
Todos os veículos fabricados pela Tesla saem hoje de fábrica com o recurso Autopilot instalado, mas, para ativar a função FSD, o cliente tem que desembolar US$ 15 mil (R$ 80 mil) extras. Embora Musk garanta que os recursos serão totalmente autônomos "em breve", o FSD é considerado pelos especialistas como "Nível 2", leia-se o motorista tem que permanecer 100% atento enquanto o veículo estiver em movimento.
Esses recorrentes alertas no site da Tesla podem acabar virando um empecilho para a tese das autoridades federais de que a publicidade da empresa induziria os clientes a usar os carros da marca como “verdadeiramente autônomos”, deixando-os descuidados ao volante.
Categorias