Comemorado no dia 22 de setembro, o Dia Mundial sem Carro busca chamar a atenção das iniciativas públicas e privadas para questões ligadas ao meio ambiente, sustentabilidade e mobilidade urbana.
Em um contexto mais amplo, a data visa reforçar as iniciativas para combater os impactos causados pelo aquecimento global, ao mesmo tempo que procura remodelar o transporte cotidiano das pessoas.
A crise no canal de Suez em 1956, deu origem ao Dia Mundial sem Carro.Fonte: Pexels/Brett Sayles/Reprodução
Como surgiu o Dia Mundial sem Carro?
A ideia do Dia Mundial sem Carro não surgiu como uma questão ambiental, mas durante a crise no canal de Suez em 1956, em que a Holanda e a Bélgica racionaram o uso de combustíveis ao proibirem o uso de automóveis nos domingos. A estratégia foi utilizada também na Dinamarca e na Suíça durante a crise de petróleo de 1973.
Entretanto, o conceito ganhou força quando moradores de Nova York protestaram contra a extensão da Quinta Avenida, que eliminaria a Washington Square Park, um parque de 40 mil m² em Manhattan que abriga atividades culturais com monumentos e instalações. Criado em 1827, o parque abrigou a primeira demonstração pública do telégrafo, em 1838.
O movimento continuou com uma série de iniciativas em países diferentes, como o lançamento de uma nova agenda de mobilidade em Paris, em 1988. Dez anos depois, o dia 22 de setembro começou a ser o Dia Mundial sem Carro e outras cidades aderiram à comemoração.
Por que celebrar o Dia Mundial sem Carro?
Em uma sociedade voltada para o uso do automóvel, comemorar o Dia Mundial sem Carro tem um efeito mais do que simbólico. A data serve para impulsionar iniciativas de cidades que desejam criar um ambiente mais amigável às pessoas, inclusive a idosos, mulheres e crianças.
Além de diminuir o uso de combustíveis fósseis, menos automóveis nas ruas significam menos poluição, tanto sonora quanto atmosférica. Isso torna as pessoas mais saudáveis, além de proporcionar uma economia de dinheiro e uma redução de engarrafamentos.
A data tem como objetivo levar a sociedade a refletir sobre uma rua sem carros. Em 2021, de acordo com pesquisa realizada pela TIM em São Paulo, quase 90% das pessoas afirmaram não usar automóveis durante a data. Mais da metade dos entrevistados não iam usar o transporte privado por não terem acesso e cerca de um terço possui veículo, mas aderiu ao movimento.
E no Brasil, como é celebrado o 22 de setembro?
No Brasil a data começou a ser comemorada em 2001.Fonte: Marcelo Casal Jr./ABr
No Brasil, a data começou a ser celebrada em 2001, quando 11 cidades de 9 estados diferentes iniciaram o movimento que se espalhou pelas cidades nos últimos 20 anos. Aproveitando o Dia Mundial sem Carro, as autoridades municipais promovem a Semana do Trânsito, com campanhas de conscientização e a realização de seminários.
Uma das principais preocupações é a redução do número de acidentes, feridos e óbitos. No ano passado, 31 mil pessoas morreram no trânsito, de acordo com estimativa do Observatório Nacional de Segurança Viária (ONSV). Em média, mais de 500 mil ficam mutiladas e a saúde pública acaba gastando R$ 36 bilhões por ano para tratar os feridos.
Vantagens e desvantagens para o uso de automóveis
O automóvel ainda é símbolo de status social, mas isso tem um custo que, muitas vezes, está oculto. Quem tem carro precisa arcar com impostos anuais, seguro, estacionamento, manutenção, combustível, risco de multas e acidentes, além da depreciação do valor de mercado por conta do uso.
A maioria das pessoas que usa automóveis dirige solitariamente. Com isso, uma pessoa que pesa entre 60 e 100 kg necessita mover um conjunto de metal e plástico que pesa uma tonelada, utilizando mais energia e poluição por isso. Esse tipo de transporte motorizado, quando usado individualmente, é o menos eficiente para a sociedade.
Entretanto, ter um carro significa poder ir aonde quiser, na hora que desejar, de forma confortável e segura. É quase sempre a opção mais cara e também a que representa maior economia de tempo. Mesmo quem não tem veículo, pode usufruir de táxi, apps de transporte e caronas, além de aluguel de veículos elétricos
A data visa chamar a atenção para questões ligadas ao meio ambiente, sustentabilidade e mobilidade urbana.Fonte: Antonio Cruz/ABr
Alternativas para mobilidade urbana
Há mais de 70 anos, ativistas e estudiosos de mobilidade urbana lutam para um transporte mais limpo, mais humano e mais acessível. Por isso, diversas estratégias foram desenvolvidas para reduzir o uso do automóvel em favor de uma cidade para as pessoas.
Existem alternativas desde ruas fechadas para os veículos aos domingos, zonas de trânsito calmo, até as ciclovias, transporte coletivo, como ônibus, metrô, trem, veículo leve sobre trilhos (VLT), bondes, balsas, entre tantos outros.
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