Um dos problemas mais severos enfrentados pelo mundo é a falta de moradia. A questão, que deve se acentuar e ficar evidente no pós-pandemia de coronavírus, afeta cerca de 1,8 bilhão de pessoas no mundo, segundo a ONU. No Brasil são cerca de 6,3 milhões, de acordo com a ONG Habitat para a Humanidade Brasil.
Para mitigar o problema nos Estados Unidos, empresas e voluntários se reuniram na construção da Community First! Village. Ela é um grande projeto que tem como objetivo oferecer moradia para pessoas sem teto e está localizada em Austin, no estado do Texas.
Os domicílios está sendo construídos pela ICON, a primeira empresa a vender casas impressas por tecnologia 3D nos Estados Unidos. “A impressão 3D é uma tecnologia que nos permite escalar de tal forma que podemos causar um impacto significativo na crise global de moradia”, defendeu Dmitri Julius, diretor de pessoal da ICON, em entrevista ao site Mashable.
Ele salientou que construir uma comunidade do tipo em uma cidade importante como Austin pode chamar bastante atenção para a causa da população que não possui um teto.
Primeiro morador
Tim Shea é um senhor que viveu nas ruas durante boa parte da vida por causa do vício em heroína. Recuperado, ele é a primeiras pessoa a morar em uma casa que foi impressa em 3D nos Estados Unidos.
Ele contou que a sensação de ser escolhido para viver na Community First! Village foi muito boa. “Quando se está nas ruas, ninguém se importa com você. Elas (as pessoas) simplesmente passam por cima de você”, relatou.
Julius começou o projeto de moradias populares porque pensou o quão inaceitável é pensar e ver a quantidade de pessoas que moram ao ar livre ou debaixo de pontes nos Estados Unidos. Para lidar com o problema, a impressão 3D de casas foi imaginada como uma possível solução.
“Nossos objetivos e metas como empresa são audaciosos. Mas é possível oferecer casas com metade do preço do que são vendidas atualmente e cuja construção é feita em metade do tempo também”, argumentou.
Sensação de uma casa impressa
“O formato é muito perfeito. É tudo circular e praticamente não há pontas afiadas (na casa). Isso gera uma sensação de que você está bastante acolhido”, revelou Shea sobre morar em uma casa que foi literalmente impressa.
Ao contrário do que se pode imaginar, o idoso diz também que se sente bastante seguro. Ele contou ao Mashable que viu parte do processo de construção de uma residência 3D e ficou maravilhado como o concreto especial é moldado.
Julius explicou que a arquitetura se baseia em uma linguagem chamada G-Code. Ela permite criar as formas para edificar a casa em um processo que possui benefícios como a dispensa de utilização de madeira.
“(Morar aqui) é um grande passo para uma pessoa que foi viciada durante muito tempo em heroína”, revelou Shea.
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