Depois de muito esforço, altos investimentos e anos de pesquisa, a Uber decidiu, na segunda-feira (7), vender sua operação de carros autônomos, a Advanced Technologies Group (ATG) para a Aurora Innovation, uma startup do Vale do Silício. O negócio envolve ainda um investimento de US$ 400 milhões (R$ 2,04 bilhões) feito pela Uber na empresa de tecnologia.
A ATG está sendo vendida por US$ 4 bilhões (R$ 20,4 bilhões). Apoiada pela Amazon e Sequoia Capital, a Aurora é uma fabricante de sensores e software para veículos autônomos fundada em 2017 pelo engenheiro canadense Chris Urmson, considerado um dos pioneiros no desenvolvimento de veículos robóticos.
O investimento da Uber irá garantir uma participação de 26% no capital da Aurora, que emprega atualmente 1.200 pessoas. Além disso, o CEO da empresa de transporte urbano, Dara Khosrowshahi, terá assento no conselho de administração da startup. O negócio também dará à Aurora acesso à montadora japonesa Toyota, que havia investido na ATG.
Fonte: Eric Baradat/AFP/ReproduçãoFonte: Eric Baradat/AFP
Pagando para sair do negócio
Segundo o jornal Estadão, a Uber está pagando para se livrar do negócio de carros autônomos que, depois de ultrapassar a Google e a Tesla na corrida pelo desenvolvimento de “robotáxis”, acabou sofrendo um sério revés em 2018, quando um de seus carros matou uma mulher que estava atravessando a rua nos EUA.
Outra questão séria surgiu quando a Uber foi processada por roubo de tecnologia pela Google, sob alegação de que o projeto de seu carro autônomo, o Waymo, havia sido copiado pela ATG. Com isso, o que seria uma solução para empresa de transportes (livrar-se dos motoristas) acabou se transformando numa enorme dor de cabeça financeira e legal.
Finalmente, uma questão que deve ser levada em conta, segundo o jornal paulista, é a pandemia do coronavírus que provocou uma grande perda de faturamento, uma vez que o isolamento social tira as pessoas da rua, causando perdas que chegam a 80% em algumas cidades.
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