Um novo processo desenvolvido por pesquisadores da Universidade de Washington, nos EUA, permite a criação de células de combustível com o dobro da tensão encontrada nas opções tradicionais, de hidrogênio. O maior destaque do estudo é que não foram adicionados nem alterados quaisquer componentes do projeto original.
Ao adotar como reagente o hidreto de boro e identificar a faixa ideal das taxas de fluxo, assim como arquiteturas no campo de fluxo e tempo de permanência nas células, a equipe alcançou potência recorde na operação. Uma vez que elas são as únicas alternativas às baterias para a disseminação de veículos elétricos, a notícia é realmente animadora.
Shrihari Sankarasubramanian, líder da pesquisa, conta que um dos maiores desafios encontrados para a adoção de novos materiais é a relutância de fabricantes, que precisam investir esforço e capital. Entretanto, como se trata de um aprimoramento de processo, as coisas ficam mais fáceis. “Alcançar o mesmo ou melhor aprimoramento com o hardware e os componentes atuais é uma virada no jogo", afirma.
Novo processo torna equipamentos atuais ainda mais eficientes.Fonte: Reprodução
Características inovadoras
Reduzir ou eliminar reações colaterais é a chave para melhorar qualquer tecnologia de células combustíveis, o que envolve, normalmente, a inserção de novos catalisadores – justamente aquilo que a indústria mais teme. Como o método deu conta de desafios comuns às opções de borohidreto direto (DBFCs), trata-se de um passo e tanto.
Só para se ter uma ideia, os engenheiros da universidade norte-americana conseguiram duplicar a tensão, alcançando, com o protótipo, uma tensão operacional de célula única de 1,4 V ou superior. Esse é o dobro do obtido em células a combustível de hidrogênio, com potências de pico próximas de 1 watt/cm2, característica que torna a nova solução uma alternativa mais leve e eficiente.
Vijay Ramani, participante da pesquisa, ressalta: “Nossa abordagem de engenharia de transporte de reagentes fornece uma maneira fácil e elegante de aumentar significativamente o desempenho dessas células de combustível, mantendo o uso dos componentes atuais.”
“Seguindo nossas diretrizes, mesmo as células de combustível líquidas já implantadas comercialmente hoje podem obter ganhos de desempenho”, finaliza.
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