Ao contrário do que se imagina, carros autônomos não vão diminuir o índice de acidentes — pelo menos é o que aponta um estudo da Insurance Institute for Highway Safety (IIHS). Segundo a análise, se os hábitos do carro autônomo forem semelhantes aos hábitos humanos, tê-los nas ruas não tornará o ambiente mais seguro para tripulantes ou pedestres.
Especialistas no instituto concluíram que falhas humanas são responsáveis por 94% dos acidentes automobilísticos; contudo, automatizar a direção dos veículos reduzirá apenas um terço desses eventos. Essa redução mínima se dá pelos detalhes causadores de acidentes.
O IIHS estudou 5 mil acidentes registrados pela polícia do National Motor Vehicle Crash Causation Survey — um centro de dados público de ocorrências. Esses números, no entanto, representam apenas acidentes mais graves, onde autoridades de segurança e
Falhas humanas são as principais causas de acidentes fatais nos EUA.Fonte: IIHS/Reprodução
Cenários utópicos onde a direção de veículos autônomos nunca falha e estão em seu mais perfeito estado conseguirão, por exemplo, contornar acidentes ocasionados por distrações, visibilidade limitada ou reflexos. Apesar de ser uma boa evolução, essas colisões representaram apenas 24% dos acidentes estudados.
Acidentes causados por consumo de drogas, consumo de álcool e sono no volante são outros eventos que podem ser contornados pela direção automática — ainda que represente apenas 10% das colisões analisadas e números podem variar de acordo com o país ou região.
Tomadas de decisões não tão boas assim
Uma das principais causas de acidentes nas ruas dos Estados Unidos é o hábito dos motoristas norte-americanos ao volante. O estudo indica que direção inadequada; velocidade elevada ou muito lenta nas pistas; direção agressiva ou irresponsável são as descrições mais recorrentes entre os acidentes registrados.
Veículos autônomos teriam que reduzir velocidades e se adaptar à condições do ambiente para dar fim às colisões.Fonte: Industry Wired/Reprodução
A solução para esse problema pode incomodar: veículos autônomos precisariam adotar direção totalmente segura, assumindo menores velocidades e focando totalmente em segurança — prolongando viagens como consequência. A direção automática precisaria se adaptar para as condições da pista e adotar estratégias para ruas muito movimentadas e locais com visibilidade limitada.
Sendo assim, veículos autônomos podem ser um grande passo para ruas totalmente seguras; contudo, será necessário renunciar à tempo de viagens e encaminhar inúmeros dados para aperfeiçoamento dos softwares de direção.