A empresa Sidewalk Labs, que faz parte da Alphabet, anunciou nesta quinta-feira (7) que vai descontinuar um projeto que já estava há quatro anos em andamento. Trata-se da Quayside, uma ambiciosa ideia de transformar uma região inteira da cidade de Toronto, no Canadá, em um exemplo de cidade inteligente.
Anunciado em 2017, o projeto tinha como objetivo criar uma comunidade "fundamentalmente mais sustentável e econômica, resultado de inovações em tecnologia e design urbano". Entretanto, a empresa agora anunciou que a pandemia do novo coronavírus tornou a conclusão impraticável. O principal motivo é a "incerteza econômica sem precedentes", que balançou o mercado imobiliário da cidade e dificultou a viabilidade financeira das obras "sem sacrificar pontos-chave do plano".
"O projeto Quayside era importante para nós e essa decisão foi difícil. Agradecemos aos cidadãos inúmeros que contribuíram para o projeto e pelo apoio que recebemos de grupos comunitários, líderes e residentes", diz a publicação da companhia. Entretanto, como relembra o site The Verge, a Alphabet enfrentou críticas de uma parcela da população que não queria ver uma gigante da tecnologia lucrando a partir do uso da região.
Usos futuros
A implementação de um "bairro do futuro" significaria, em longo prazo, a revitalização completa da região costeira de Toronto. As tecnologias incluiriam geração de energia elétrica sustentável, preparação completa para carros autônomos e elétricos e controle de processos a partir de sensores.
Há dois anos e meio, a ideia até já tinha saído do papel, com a abertura de um escritório para 30 pessoas na região e consumindo "recursos, pessoal e tempo" na cidade. Ao todo, o terreno planejado media aproximadamente 120 mil metros quadrados e só o planejamento teria um custo de US$ 50 milhões.
A empresa, que faz parte do mesmo grupo da Google, promete utilizar a experiência para aplicações futuras em outras localidades — afinal, a companhia continuará existindo normalmente. Segundo a postagem de despedida do projeto, situações emergenciais como a atual só comprovam a necessidade de "reimaginarmos cidades para o futuro".
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