Testamos a bike elétrica Pedalla Velom para saber se vale a pena ter uma

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No que você pensa quando imagina o futuro dos transportes nas grandes cidades? Durante os últimos anos, conceitos de carros autônomos ou veículos voadores dominaram parte do imaginário das pessoas nessa área, mas sabemos que produtos assim ainda estão bem distantes da realidade de muita gente, especialmente em países como o Brasil.

Ao mesmo tempo, os últimos anos foram de consolidação do mercado de bicicletas elétricas, que conta com alguns nomes brasileiros comercializando esses produtos por aqui. Um exemplo é a Pedalla, marca da EBMS (Empresa Brasileira de Mobilidade Sustentável) que tem cinco e-bikes em seu portfólio.

Durante 2 semanas, testamos um modelo Velom masculino para conferir como ele se sai como meio de transporte urbano diário. A Velom é a bicicleta topo de linha do portfólio da Pedalla, sendo vendida por R$ 9.433,33 (ou R$ 8.490 no boleto) e apostando em quem busca o máximo em qualidade e conforto. Será que ela corresponde a essas expectativas? Confira na nossa análise.

Galeria 1

Visual

A Velom pode vir tanto na versão masculina, com o quadro mais tradicional, como na unissex, que tem o tubo superior rebaixado e facilita o processo de montar e desmontar. Independentemente da sua preferência, ela estará disponível nas cores preto fosco, branco ou creme, o que muda não só a cor das partes de alumínio, mas também os detalhes das manoplas e do selim.

Como é uma bicicleta voltada para o uso nas cidades, ela tem características comuns aos modelos desse tipo. O guidão dobrado permite que você pedale sem curvar muito as costas, o que garante mais estabilidade. É também nele que fica o visor LCD com informações sobre a bateria, quilometragem percorrida e velocidade atual.

Falando na bateria, ela fica na parte de trás e pode ser removida com uma chave, facilitando a vida de quem guarda a bicicleta em um local onde não há tomadas disponíveis, já que basta levá-la para casa, carregar e depois encaixá-la novamente antes do próximo passeio. A Pedalla também nos enviou um par de retrovisores e uma campainha, todos utilizados durante o período de testes.

Uma bicicleta.

Ajudando a pedalar

Assim como várias outras bicicletas desse segmento, a Velom utiliza a chamada tecnologia de pedal assistido. Ela é equipada com um sensor que verifica os movimentos e ativa o sistema elétrico apenas quando o usuário está pedalando. É uma função realmente de assistência, como o próprio nome diz, exigindo que você se mantenha em movimento para funcionar e parando automaticamente quando não é mais necessária.

Na prática, ele se mostrou bem inteligente, sabendo ativar o sistema nas horas certas e interrompendo o uso em descidas ou quando eu chegava à marca dos 25 km/h. Nos momentos em que era necessário, o motor com potência de 350W dava conta do recado com tranquilidade, mesmo em algumas subidas mais acentuadas, como na saída de uma garagem no subsolo.

Especificações da Pedalla Velom

  • Quadro: 700C x18" alumínio, hidraformado, modelo unissex e masculino
  • Motor: Motor Bafang, dianteiro, 36Vx350W
  • Bateria: 36Vx11,60Ah, celula Samsung, montado no bagageiro
  • Garfo: Suntour, NEX, 700C, alumínio com suspensão, com trava
  • Suporte do guidão: Promax, alumínio, ajustável, com QR
  • Passador: Shimano rotativo Nexus
  • Câmbio traseiro: Shimano Nexus 7 Interno
  • Catraca: Shimano 18T Nexus 7
  • Freio: Dianteiro Tektro freio a disco 160 mm / Traseiro Shimano Roller
  • Aro: 36 furos, aro de parede dupla
  • Pneu e câmara: Kenda, 700Cx38C A/V com proteção antifuro
  • Painel de controle LCD: 5 níveis de auxílio (com USB)
  • Velocidade máxima: 25 km/h
  • Alcance: 30-60 km
  • Peso líquido: 26 kg
  • Peso bruto: 30 kg

Uma bicicleta.

Escolhendo a potência

A força dessa ajuda, no entanto, vai depender da potência escolhida por você. Com dois botões localizados na manopla esquerda, é possível selecionar entre uma das cinco opções disponíveis, sendo a primeira a mais fraca e a quinta, a mais forte. Isso é ótimo, por dar um controle bem preciso de como a Velom vai operar.

No meu caso, o trajeto de ida para o trabalho é praticamente inteiro de subida leve. Apesar de não ser muito íngreme, ela exigia que eu aumentasse a potência caso não quisesse fazer esforço, o que não era necessário na volta, quando o primeiro ou o segundo níveis eram mais do que suficiente para passar dos 20 km/h com tranquilidade.

Outra vantagem é que você tem total autonomia para decidir se prefere gastar mais bateria e pedalar menos ou fazer um pouco mais de exercício e estender o tempo longe da tomada. Em subidas leves ou terrenos planos, a potência máxima me permitia percorrer uma quadra inteira dando apenas duas ou três pedaladas leves. Dá para percorrer vários quilômetros sem suar.

Durante os testes, a autonomia foi condizente com o que a Pedalla divulga no manual. Com a potência baixa, a bateria garante entre 50 km e 60 km de passeio em locais mais planos, número que pode cair para 30 km na pior condição possível, com potência máxima e terreno íngreme. De qualquer maneira, parece improvável que a bateria vá acabar no meio de uma viagem dentro da mesma cidade.

Com um uso mais moderado, utilizando a segunda potência e pedalando por cerca de 8 km por dia, ela durou até o fim da primeira semana com folga. Caso a bateria acabe, é possível utilizar a Velom normalmente como uma bicicleta tradicional. O problema é que, com seus 32 kg, ela é bem pesada para quem não está acostumado com bikes elétricas, exigindo alguns dias para se habituar ao balanço.

Uma imagem.

Atenção aos detalhes

Quando adquirimos um produto de linha premium, como é o caso da Pedalla, é perfeitamente normal esperar uma atenção maior aos detalhes. E esse é realmente um ponto em que a bicicleta elétrica se destaca.

O visor de LCD, por exemplo, apresenta todas as informações necessárias sobre o meio de transporte em uma interface extremamente simples e fácil de ler, algo essencial quando você precisa checar algum detalhe rapidamente enquanto está no meio do trânsito. Além de velocidade e carga da bateria, ele ainda mostra a quantidade de energia utilizada pelo motor, em uma barra que só aparece quando ele está trabalhando.

Os retrovisores é que são um ponto fraco. É difícil encontrar uma boa posição para eles, o que me deixou constantemente tentando ajustá-los para conseguir um bom ângulo de visão. Nas poucas vezes em que consegui fazer isso, o balanço das hastes, mesmo quando bem presas, não passava muita firmeza. Quase sempre, eu confiava mais em olhar para trás e ver se vinha algum carro na pista.

No lado positivo, a altura do guidão pode ser facilmente ajustada com uma alavanca, sem a necessidade de chaves. O câmbio de sete velocidades pode ser alterado mesmo quando a bicicleta não está em movimento, há botões bem localizados na manopla para acender o farol e a lanterna traseira, e o amortecimento é um alívio para aqueles momentos em que é preciso descer um degrau, algo comum no uso urbano. Em resumo, o saldo é muito bom para a Velom.

O preço deixa clara a posição da Velom no mercado: um produto topo de linha feito para quem busca a melhor opção possível, independentemente do preço.

Sempre que falamos em bicicletas elétricas, invariavelmente surge a clássica resposta de que vale mais a pena comprar uma moto do que investir em uma magrela. É um argumento válido, dependendo das suas necessidades, e que certamente ganha mais força quando estamos falando em uma bike que custa mais de R$ 9 mil.

Mas esse preço também serve para deixar bem clara a posição da Velom no mercado: um produto topo de linha feito para quem busca a melhor opção possível, independentemente do valor final. Nesse caso, a bicicleta entrega tudo o que é esperado e ainda adiciona uma série de detalhes que garantem uma excelente experiência em um meio de transporte do tipo.

Já existem opções de bikes elétricas que retiram algumas comodidades para ganhar vantagem no custo-benefício, mas a Velom é imbatível quando o preço não é um fator. Mais do que uma bicicleta elétrica, ela mostra uma versão do futuro do transporte urbano bem mais interessante e palpável do que os veículos voadores ou as redes de estradas subterrâneas. Só é uma pena que pouca gente terá condições de experimentar essa amostra do que vem por aí.

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