O Uber tem uma versão do app para os motoristas e realizou sua última revisão há dois anos. Desde então, a companhia vem pensando em formas de melhorar essa interface. E, ao invés de ficar quebrando a cuca internamente, a companhia resolveu escutar as opiniões dos próprios envolvidos, para saber quais são as grandes qualidades e limitações. O resultado foi divulgado pela companhia nesta terça-feira (10) e pode causar certo barulho, por causa de uma nova maneira de incentivar as pessoas a continuarem no volante.
Motoristas agora podem ser recompensados com bônus em dinheiro por completar 20 corridas em um certo período
O serviço de transporte agora oferece uma “gamificação” do trabalho com “missões” e “insígnias”, além de outros elementos, que seriam usados como “truques psicológicos” para manter os condutores nas ruas por mais tempo. Por exemplo, eles podem ser recompensados com bônus em dinheiro por completar 20 corridas em um certo período — sem acidentes, claro — ou receber medalhas ao conquistar boas recomendações de passageiros. A empresa já havia feito algo semelhante com o “Desafio Cinco Estrelas” em Uberlândia.
O gerente de produtos do Uber explica que isso não causa “corrida por missões” porque muitas das pessoas sequer sabem que estão “em missão”. “Eles não percebem que isso acontece porque o aplicativo não coloca essa informação em primeiro plano”, diz Yuhki Yamashita. Bem, como grande parte dos empregados não têm assistência médica e outros benefícios, pode ser uma estratégia arriscada sugerir mais tempo atendendo chamadas — até porque tem muita gente que já passa mais tempo do que deveria nas ruas.
Notificações de oportunidades em regiões específicas
Outra mudança anunciada pelo Uber é o destaque de áreas que estão pagando mais, o que deve forçar a ida de vários condutores para essas regiões. Yamashita afirma que a ideia é tirar os motoristas de seus mesmos hábitos diários e levá-los para locais onde eles possam ganhar mais dinheiro.
Software passou por quatro meses de testes e 100 mil viagens, sempre com o auxílio das opiniões de centenas de condutores de sete cidades de todo o mundo, incluindo São Paulo
O novo app deve ajudar bastante um problema comum em países emergentes com conexões problemáticas, a exemplo do Brasil. Ao invés de procurar pelo sinal para restabelecer o mapa, agora o software vai gravar a localização do GPS no smartphone e manter o trajeto até que tudo volte ao normal. Ele também exibe métodos menos confusos para somar a receita, com um rastreador de ganhos que fica na parte superior da tela e permite saber quanto entrou de grana e quantas viagens foram concluídas desde a ativação.
Além disso, a página de avaliação inclui elogios de passageiros e todas as viagens feitas até o momento e o “feed de notícias” — com informações sobre seguro, aulas de direção, dados de mercados, entre outras — fica em uma caixa de correio, para que possa ser acessado quando o usuário quiser.
Para chegar ao modelo final, o software passou por quatro meses de testes e 100 mil viagens, sempre com o auxílio das opiniões de centenas de condutores de sete cidades: Cairo, Bangalore, Jacarta, Londres, Melbourne, Los Angeles e São Paulo. A partir dessa ajuda, 30 engenheiros finalizaram o redesenho e outros 300 foram capazes de corrigir mais de 4 mil falhas.
É bem possível que essas mudanças também cheguem em breve aos apps UberPool e UberEats e ainda não há informações sobre quando a distribuição deve estar completa em todas as regiões. Se você já testou e tem algo a comentar a respeito, deixe suas opiniões logo abaixo.
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