Imagine utilizar os conceitos da criação de uma empresa de tecnologia, uma startup, para resolver os problemas de otimização das cidades, só que em uma região novinha, sem os vícios que costumam barrar o desenvolvimento. Bem, é mais ou menos isso que o bilionário Peter Thiel e Joe Quirk, presidente do Seasteading Institute, propõem com os “países startup”, uma proposta de colonização em regiões livres de governo, no meio do oceano. E isso já começou este ano, na Polinésia Francesa.
“Entre o ciberespaço e o espaço sideral existe a possibilidade de colonização dos oceanos.” A frase de Thiel, em 2009, foi transformada em um projeto que prevê a criação de dezenas de residências em ilhas, até 2020. Ao que parece, a iniciativa vai bem. As obras foram liberadas pelas autoridades da Polinésia Francesa e, mesmo sem a participação ativa de Thiel atualmente, tudo parece correr de forma que vá realmente se concretizar no período estimado.
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“Peter (Thiel) foi o mais generoso doador para o Seasteading Institute durante os primeiros anos e é creditado por financiar o pontapé inicial dessa grande iniciativa, que não poderia ocorrer sem sua participação”, diz Quirk. A ideia é criar uma nação livre das regulações que impedem o desenvolvimento de tarefas em locais “convencionais”.
“Agricultores de algas que desejam absorver carbono do oceano para alimentar o mundo. Pesquisadores médicos que querem impulsionar inovações para prolongar a vida saudável. Não tomamos nenhuma posição sobre o tipo de sociedades que devem ser formadas. Nós estamos fornecendo uma tecnologia para outras pessoas tentarem sua versão das sociedades”, diz Quirk.
Primeiro “país startup” teria população de 250 pessoas
A tentativa inicial do Seasteading Institute conta com 250 pessoas, a cerca de uma milha de distância da costa. O projeto prevê construções como restaurantes, lares, varejo, escritórios, escolar e restaurante subaquático em núcleos gerenciados pela Blue Frontiers, companhia de Quirk. Os moradores poderiam voltar à terra firme utilizando um ferry boat.
Nessa fase inicial, há duas propostas de desenho. A primeira destaca prédios em vários conjuntos, alimentados por grandes painéis solares e turbinas eólicas. A segunda tem forma de ferradura, com espaço verde mais amplo. Grande parte da comida viria da aquicultura, da criação de plantas e peixes. Todas as ilhas funcionariam com energia solar e a água seria constantemente reciclada no oceano. De acordo com Quirk, isso tudo custa atualmente US$ 60 milhões, quantia que seu grupo pretende reunir a partir de oferta de moedas, com a ajuda do crescente mercado de criptomoedas.
Se depender das mudanças climáticas, o Seasteading Institute ganha uma grande vantagem: o aumento do nível do mar ameaça as cidades costeiras ao redor do mundo e construir abrigos flutuantes poderia ser uma boa solução para essa questão. E o que falta agora? Bem, se tudo for aprovado pelo governo da Polinésia Francesa e o complexo realmente for construído, Quirk já adiantou que tudo seria ampliado para incluir habitação a preços acessíveis e as primeiras casas seriam destinadas a compradores de luxo. “Vamos estar morando nos anos bem antes de estarmos morando em Marte”, projeta.
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