Cidades inteligentes são conhecidas por utilizar a tecnologia em prol do seu desenvolvimento, repensando o uso de espaços urbanos para tornar a região mais eficiente e sustentável. Muitas cidades no mundo ganharam o status de inteligentes e acabaram impulsionando o movimento: Songdo, na Coreia do Sul, e Masdar, em Dubai são dois exemplos.
Mas, para Jason Pomeroy, arquiteto responsável pela Pomeroy Studio, empresa que desenvolveu a primeira casa carbono-zero da Ásia, acredita que Barcelona e Amsterdã são as cidades que deveriam servir de modelo para outras regiões - elas seriam, inclusive, mais bem-sucedidas que Songdo na opinião do especialista.
Para Pomeroy as duas cidades possuem "maior sensibilidade às necessidades das pessoas ali, porque elas existem a mais tempo", disse, em entrevista à revista especializada em arquitetura e design Dezeen. Além disso, na opinião do arquiteto, Songdo está se tornando ultrapassada rapidamente - apesar de seus feitos impressionantes, como uma infraestrutura para veículos elétricos e serviço de drones para emergências.
"A ideia era que, se você incorporar a tecnologia no início, incluir oportunidades para big data e grandes tecnologias, e colocar uma quantidade incrível de investimento gastos em sistemas de gerenciamento de resíduos e vigilância, a cidade será mais inteligente e as pessoas vão amar. Mas não é sempre assim que acontece", relata.
"Quando você olha para a cidade agora, muitas das tecnologias estão obsoletas". Na opinião do especialista, as tecnologias precisa ser usadas com sabedoria, caso contrário, "você acabará em uma situação onde ela será obsoleta".
Barcelona e Amsterdã, por sua vez, mostram que, para ter sucesso, a tecnologia deve ser não apenas facilitada pela administração da cidade, mas também precisa ser abraçada e celebrada pelos cidadãos. “As cidades inteligentes mais bem-sucedidas reconheceram que não é uma abordagem de cima para baixo, tampouco de baixo para cima, é uma combinação de ambas", acrescentou Pomeroy.
Smart City brasileira
É com essa perspectiva, de unir administração e população em prol de um local sustentável e com melhor qualidade de vida, que surgiu a ideia da Smart City Laguna. A cidade, construída em Croatá, no Ceará, leva um conceito similar aos implantados nas cidades inteligentes citadas por Pomeroy, mas com ênfase na parte social - por esse motivo também é que a Laguna é considerada a primeira smart city inteligente social do mundo.
Para evoluir, a cidade não apenas conta com tecnologias, como também propõe uma ação em conjunto com a população. Nesse sentido, a SG Desenvolvimento Ltda, responsável pela criação da Laguna, em conjunto com o Instituto Planet the Smart City e a StarBoost Academy, abriram uma chamada para atrair visionários que possam contribuir com o desenvolvimento cidade.
Por meio de concurso, os candidatos poderão apresentar suas melhores ideias. As inscrições podem ser feitas diretamente pelo site e vão até 15 de setembro de 2017. Os interessados devem apresentar, ainda, suas ideias inovadora por meio de vídeo no YouTube, de no máximo 2 minutos, e enviar os documentos solicitados no regulamento para o email institutoplanet@gmail.com.
Além de ter a idade mínima (18 anos), outros requisitos para os inscritos são: ter ideias de negócios em estágio pré-operacionais, ou seja, que ainda não possuam registro (CNPJ) e faturamento.
Os interessados que tiverem as melhores ideias com maior potencial de crescimento, diferencial, inovação e impacto social e ambiental terão a oportunidade de participar do curso de Company Creation, um treinamento com aulas online e presenciais com duração de 2 meses. Ao final, algumas dessas ideias poderão ser escolhidas para serem prototipadas e fazerem parte da plataforma tecnológica e do aplicativo Planet APP, que será utilizado para administrar os serviços ativos da Laguna.
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