Com o passar do tempo de uso, convém desfragmentar o disco rígido (Fonte da imagem: Shutterstock)
Com muito tempo de uso, alguns sistemas de arquivos costumam ficar fragmentados, ou seja, blocos de informações que deveriam estar próximos uns dos outros estão, na realidade, espalhados pelo disco rígido. Dessa forma, algumas operações exigem que o HD trabalhe muito mais, favorecendo não apenas o desgaste das peças mecânicas do disco como também tornando mais demoradas as operações de leitura e escrita de dados.
Para resolver esse problema, há ferramentas especializadas e até mesmo fornecidas gratuitamente junto com o sistema operacional, como é o caso do programa Defrag, do Windows. Elas são responsáveis por reorganizar esses dados, com o propósito de dar menos trabalho para o HD. Esse processo é chamado de desfragmentação, e o Tecmundo já publicou diversos artigos sobre o assunto.
Em teoria, reorganizar esses blocos de dados ajuda a agilizar o acesso aos arquivos: por estarem todos mais próximos e organizados, não é necessário tanto movimento mecânico da cabeça de leitura do HD. Porém, muita gente acha que desfragmentar demais um disco pode fazê-lo “pifar” mais rapidamente.
Desfragmentar causa desgaste?
É possível argumentar que, como o processo de desfragmentação causa muita atividade mecânica do disco, ele também acaba, consequentemente, diminuindo o tempo de vida do componente, já que provocaria mais desgastes. Porém, não há nada que possa comprovar essa teoria.
Para começar, o desgaste provocado pela ação de desfragmentação parece ser compensado pela economia de movimento que a cabeça de leitura fará nos próximos dias, já que os dados são reorganizados. Mas é claro que não há nada que comprove isso de fato, pois essa é uma atividade muito difícil de ser medida e, pelo visto, não muito relevante para a indústria.
Funcionários da Google não encontraram relação entre nível de utilização e falhas (Fonte da imagem: Shutterstock)
Porém, há um estudo de caso muito interessante apresentado por funcionários da Google em uma conferência sobre tecnologias de arquivos e armazenamento que pode ajudar a trazer alguma espécie de iluminação científica sobre o assunto.
Relação entre falhas e nível de utilização
Como a Google trabalha com uma enorme quantidade de dados, fica fácil deduzir que a empresa possui muita experiência no gerenciamento de discos rígidos. Em um estudo apresentado por Eduardo Pinheiro, Wolf-Dietrich Weber e Luiz André Barroso, funcionários da empresa, mais de cem mil HDs foram analisados, na tentativa de encontrar em um padrão que tenha levado esses equipamentos à falha.
O resultado? Bem, digamos que é um pouco decepcionante: “Nossos dados indicam que há uma relação muito mais fraca entre níveis de utilização e falhas do que estudos anteriores atestavam”. Em suma, não há nada que comprove, de fato, esse impacto negativo pelo uso exaustivo do equipamento.
De acordo com o paper apresentado pelo grupo, apenas HDs muito novos ou muito velhos costumam apresentar problemas. É como se, no reino dos discos rígidos, valesse a lei do mais forte. Se o drive sobreviver aos primeiros anos de sua “infância”, é provável que terá muito tempo de vida pela frente.
Conclusão: use o defrag sem medo
Não há nada que comprove a relação entre desfragmentação e redução do tempo de vida. O impacto causado pela reorganização lógica dos dados de um HD, durante o processo, não é preocupante e, na pior das hipóteses, pode ajudar você a acessar mais rapidamente seus arquivos.
Entretanto, vale o bom senso: não há a necessidade de desfragmentar o seu HD todo dia. Fazer isso uma vez por mês, por exemplo, já é mais do que o suficiente para garantir um melhor desempenho para a máquina.
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