Embora a História tenha seguido rumos distintos depois da edição de 2013 da E3 (Electronic Entertainment Expo), não se pode negar que certo senso de oportunidade colocou a Sony e o seu PlayStation 4 em uma ligeira vantagem na ocasião. Para quem não se lembra, as políticas da Sony contra o famigerado DRM e a limitação do mercado de jogos usados provocaram uma ovação como poucas vezes se viu em edições da feira. Mas isso foi em parte deliberado, é claro.
Durante a última edição da feira Develop, o chefão da Sony, Andrew House, admitiu que o discurso para a E3 2013 foi revisto às pressas, conforme a Sony tomou conhecimento da recepção negativa do público e da mídia especializada em relação às pretensões da Microsoft para o Xbox One — novamente, no que se refere às políticas restritivas associadas à necessidade de uma conexão online permanente e ao comércio de segunda mão.
“Aquilo nos permitiu ganhar alguma clareza em relação à nossa mensagem, quando toda aquela negatividade emergiu ao redor das questões relacionadas ao DRM e ao mercado de usados”, disse House na ocasião. “Eu lembro de ter lido um artigo uma semana antes da E3, o qual dizia, basicamente, que seria apenas uma questão de tempo até a Sony assumir a mesma postura da Microsoft.”
“Obrigação” de não seguir pelo mesmo caminho
House disse que naquele momento surgiu a necessidade de deixar claro: a Sony não seguiria pelo mesmo caminho anunciado pela concorrente. “Aquilo meio que me deixou com um pé atrás, e eu reescrevi partes do script para a apresentação da E3 naquele final de semana, e nós reelaboramos a apresentação, já que havia um ônus — nós não poderíamos dar a ideia de que seguiríamos pelo mesmo caminho [da Microsoft].”
Entretanto, o executivo fez questão de salientar que as políticas da Sony jamais mudaram em qualquer momento — apenas houve a necessidade de se manifestar de forma mais clara e cuidadosa.
“Tudo o que aquilo fez foi nos fazer parar deixar claro o status quo era positivo para nós; os consumidores gostavam das conquistas relacionadas às escolhas e ao equilíbrio”, diz House. “Não foi uma mudança de estratégia, mas apenas um senso de necessidade de ir e comunicar algo que havia nos concedido alguma vantagem.”
Foco hardcore
Após a edição de 2013 da E3, a Microsoft também foi fortemente questionada sobre a sua proposta de um “núcleo de entretenimento” — em vez do que, de acordo com muitos críticos, deveria ser, primordialmente, um aparelho centrado em jogos.
Ainda durante a Develop 2014, House fez questão de frisar que a Sony havia “deixado muito claro” que o foco do PlayStation 4 eram os jogadores. Embora a fabricante tenha se aberto à utilização da plataforma por diversas mídias de entretenimento, deveria haver a certeza de que, inicialmente, o PS4 deveria atender aos usuários hardcore.
Conforme é hoje bem sabido, as reações sumamente negativas relacionadas aos usados e ao DRM fizeram com que a própria Microsoft revisse suas políticas — o que certamente ajudou a levar o Xbox novamente às boas graças de um público que torceu o nariz em 2013. O restante é História.
Via BJ
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