(Fonte da imagem: Reprodução/Wikimedia Commons)
A Amazon brasileira entrou oficialmente no ar ontem (dia 6 de dezembro) e já está causando certo furor no país. Além de trazer um conteúdo inicialmente formado por livros digitais — algumas obras podem sair por menos de R$ 5 —, a maior loja de comércio eletrônico do mundo também traz preocupações para os donos de livrarias.
A Associação Nacional de Livrarias (ANL) já divulgou carta aberta propondo medidas que combatam a concorrência desleal e protejam o futuro do negócio. No caso, a instituição está preocupada com os efeitos que a Amazon e outras lojas do segmento digital poderão causar na rentabilidade dos 3,4 mil pontos de venda de livros existentes no país.
Tecnologia, negócios e comportamento sob um olhar crítico.
Assine já o The BRIEF, a newsletter diária que te deixa por dentro de tudo
Segundo uma reportagem divulgada no site O Globo, o vice-presidente da ANL, Augusto Kater, defendeu a regulamentação do comércio de livros (impressos e digitais) tendo como exemplo o funcionamento da indústria cinematográfica. De acordo com Kater, um filme primeiramente sai no cinema para depois começar a ser vendido, mas no mercado de livros está acontecendo o contrário e já existiriam editoras fazendo pré-lançamento no digital.
Propostas apresentadas pela ANL
No documento divulgado pela ANL, quatro propostas são apresentadas:
- Intervalo de 120 dias entre o lançamento dos livros impressos e a liberação nas plataformas digitais;
- O mesmo desconto de revenda do livro digital para todas as livrarias;
- A implantação de um teto de 30% na diferença de preços entre livros físicos e digitais;
- A limitação em 5% no desconto dos e-books.
Ainda segundo o vice-presidente da ANL, hoje, se alguém quer abrir um negócio, dificilmente investirá em uma livraria, já que não existe a certeza de que os fornecedores serão fieis. Assim, a instituição pede para que as editoras se conscientizem sobre a importância do livreiro para o mercado e que o governo regulamente o setor.
A regulamentação do setor de livros já é algo que está em prática na França, onde é proibido dar descontos em livros durante o primeiro ano após o lançamento, inclusive para e-books.
O futuro das livrarias
De acordo com a reportagem do site O Globo, o professor do Instituto de Economia da UFRJ e coordenador do laboratório de Economia do Livro, Fábio Sa Earp, acredita que o futuro das livrarias é bastante duvidoso.
Para o pesquisador, elas ainda não têm muito o que temer, mas só enquanto os leitores de livros digitais ainda forem caros. Depois que eles começarem a baratear, as livrarias vão sofrer. Nesse caso, os livreiros terão que se especializar em um tema, vender mais coisas do que apenas livros (CDs, DVDs etc.) ou fechar as portas.
Fontes
Categorias