Por Carolina Cabral.*
Em um mundo corporativo cada vez mais dinâmico e competitivo, a busca por eficiência e resultados é constante. Contudo, muitas vezes esquecemos que o caminho para o sucesso não é pavimentado apenas por metas atingidas e prazos cumpridos, mas também por uma cultura organizacional que promove bem-estar e respeito. Nesse contexto, a empatia emerge como um dos principais pilares para a criação de um ambiente de trabalho saudável, produtivo e, sobretudo, humano.
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Entendida como a capacidade de se colocar no lugar do outro e compreender suas perspectivas e emoções, a empatia é muito mais do que uma virtude pessoal. É uma habilidade essencial para qualquer líder ou colaborador. Infelizmente, em muitos ambientes corporativos, essa qualidade ainda é vista como algo opcional ou secundário, quando, na realidade, deveria ser parte fundamental das estratégias de gestão.
Estudos mostram que empresas que promovem a empatia em seus ambientes de trabalho tendem a ser mais produtivas e criativas. Isso acontece porque os funcionários se sentem mais valorizados, motivados e seguros para expressar suas ideias e preocupações.
Uma pesquisa realizada pela consultoria americana EY, chamada “Empathy in Business Survey”, mostrou que, dos mil empregados entrevistados, 54% deixou o emprego anterior porque o chefe não demonstrava empatia em relação às suas lutas no trabalho; 49% o fez porque se líder não se importava com suas vidas pessoais.
De acordo com o levantamento, quase 90% dos trabalhadores dos EUA acreditam que a liderança empática leva a uma maior satisfação no trabalho e 79% concordam que diminui a rotatividade de funcionários. Além disso, a maioria (88%) sente que a liderança empática cria lealdade entre os funcionários e seus líderes.
É inegável que uma cultura empática facilita que as equipes trabalhem de forma colaborativa, sem medo de julgamento ou represálias, criando espaço para o feedback das diferenças respeitadas. Mais do que isso, a empatia no local de trabalho ajuda a fortalecer os laços entre colegas, melhorando a comunicação e promovendo uma cultura de apoio mútuo. Um colaborador que se sente compreendido e acolhido estará muito mais engajado e comprometido com os objetivos da empresa.
Mas afinal, como são os líderes empáticos na prática?
Eles são capazes de reconhecer que seus times são compostos por pessoas com diferentes realidades, expectativas e desafios. E se destacam ao perceberem o valor de cada indivíduo para que todos se sintam à vontade para contribuir. A empatia na liderança não significa ser permissivo ou deixar de cobrar resultados, mas sim equilibrar exigência e compreensão, oferecendo apoio emocional e recursos necessários para o desenvolvimento da equipe.
Além disso, líderes empáticos são transparentes em sua comunicação, prezam pela confiança mútua e buscam fortalecer o relacionamento com seus times. Esse tipo de liderança promove não apenas melhores performances, mas também um ambiente onde as pessoas querem permanecer e crescer.
Além disso, a empatia também é um fator decisivo na inovação. Ao respeitar as diferentes perspectivas e estilos de trabalho, esse sentimento eleva a diversidade, que se traduz em novas formas de fazer, impulsionando o crescimento.
Para líderes e colaboradores, o recado é claro: o sucesso no trabalho passa pelo cuidado com o outro. Empresas que compreendem o valor da empatia não só garantem um ambiente mais harmonioso, como também se posicionam como organizações onde todos querem trabalhar. E, mais importante, onde todos querem dar o seu melhor.
*Carolina Cabral possui mais de 15 anos de carreira em Procurement, é CEO da Nimbi, mãe do Gustavo e esposa da Patricia