A fabricante sul-coreana Samsung não pensa em separar a sua divisão de fabricação de semicondutores e desenvolvimento de placas lógicas. A informação é da Reuters e enterra possíveis especulações sobre essa movimentação da companhia no setor.
A separação não chegou a ser um rumor, mas foi discutida como uma alternativa por analistas após ambas as unidades apresentarem perdas operacionais trimestrais consecutivas — algo que derruba também os resultados financeiros da Samsung como um todo, que inclui setores fortes como o de memórias e eletrônicos.
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"Nós estamos famintos para fazer esses negócios crescerem. Não estamos interessados em separá-los", afirmou o presidente-executivo da Samsung, Jay Y. Lee, para a Reuters.
Setor em dificuldades
O caso da Samsung Foundry, que fabrica semicondutores para outros clientes, é tido como o mais grave. Apesar de ser um segmento em alta, a companhia estaria com dificuldades para conseguir novos clientes, especialmente depois de inaugurar novas fábricas na Coreia do Sul e nos Estados Unidos.
Pedidos de grande porte são considerados importantes para equilibrar as contas, já que os investimentos nesse tipo de equipamento são bastante altos. Lee citou especificamente também um projeto de abrir uma nova fábrica no Texas, que teve a abertura adiada deste ano para 2026 por uma "situação que se alterou" e as eleições presidenciais no país.
O setor de semicondutores da Samsung é tradicional na indústria. (Imagem: Samsung/DivulgaçãoFonte: Samsung
Nos EUA, empresas fundadas e sediadas no país tem sido beneficiadas no lugar de companhias estrangeiras. A Intel, por exemplo, separou a sua divisão de Foundry como parte da estratégia para fugir da atual crise e receber contratos e bonificações do governo.
Segundo dados oficiais da marca, o setor de chips e placas lógicas gerou perdas operacionais de US$ 2,4 bilhões só em 2023. Em especial pela mudança nos planos, a expectativa é de que neste ano os números ainda sejam parecidos.
Já a atual líder do mercado de fabricação de chips para clientes terceirizados é a taiwanesa TSMC, ela também preocupada com uma possível migração de parceiros para outras rivais.
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