Novo material fino e versátil pode substituir painéis solares no futuro

Por Nilton Cesar Monastier Kleina

23/08/2024 - 10:152 min de leitura

Novo material fino e versátil pode substituir painéis solares no futuro

Fonte : Martin Small/Oxford University

Pesquisadores da Universidade de Oxford anunciaram a criação de um novo material capaz de absorver luz e transformá-la em uma fonte energética. No futuro, ele pode substituir parcialmente baterias elétricas e painéis solares fotovoltaicos em equipamentos eletrônicos.

A novidade consiste em um material fino e flexível, que pode ser acoplado como uma camada externa em objetos ou até construções. Ele atua como um captador de luz, convertendo-a em energia elétrica.

Um dos pesquisadores com uma camada de perovskita.
Um dos pesquisadores com uma camada de perovskita.

Mais fino do que o wafer de um semicondutor, o componente é mais versátil do que os painéis atuais, o que significa que ele pode ser usado em mais casos. Na prática, ele seria capaz de garantir energia até para celulares — caso usado nas capas dos aparelhos — e até no teto de carros elétricos.

O projeto foi anunciado pela primeira vez em 2021 ao público, mas já está em desenvolvimento pela equipe de mais de 40 cientistas há ainda mais tempo.

O painel solar do futuro

A "supercélula solar" criada em Oxford é feita principalmente de perovskita, um mineral raro que em sua composição é um óxido de cálcio e titânio.

O segredo da sua eficiência está em "empilhar" uma série de lâminas do mesmo material que absorve luz em uma única célula de energia solar. Assim, é possível ter uma maior eficiência energética do que um painel convencional usado na mesma condição.

Segundo os cientistas, a criação permite uma eficácia na conversão de energia de 27%, valor considerado alto para o setor e que pode chegar a 45% com o tempo — o dobro de painéis solares fotovoltaicos atuais.

Por enquanto, o material deve passar mais alguns anos restrito aos laboratórios para aperfeiçoamento e também barateamento dos componentes. 

As múltiplas camadas uma em cima da outra permitem o acúmulo de energia absorvida.
As múltiplas camadas uma em cima da outra permitem o acúmulo de energia absorvida.

Os cientistas buscam ainda outras indústrias dispostas a fabricar o componente e auxílio do governo, inclusive fora do próprio país. Os incentivos fiscais no Reino Unido são considerados reduzidos pela universidade para atingir os objetivos desejados no projeto. 

A Oxford PV, empresa independente da universidade e formada por acadêmicos, começou a fabricar os paineis de perovksita em uma indústria próxima de Berlim, na Alemanha.


Por Nilton Cesar Monastier Kleina

Especialista em Analista

Jornalista especializado em tecnologia, doutor em Comunicação (UFPR), pesquisador, roteirista e apresentador.


Veja também