Microsoft diz que pane do CrowdStrike afetou mais de 8,5 milhões de PCs

Por Igor Almenara Carneiro

30/07/2024 - 16:532 min de leitura

Microsoft diz que pane do CrowdStrike afetou mais de 8,5 milhões de PCs

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A pane generalizada causada pelo update da CrowdStrike afetou bem mais computadores do que o anunciado, pontuou a Microsoft em um artigo oficial. Os 8,5 milhões de dispositivos impactados pela falha do sistema Falcon são apenas uma fração do real apagão.

“É válido pontuar que o número de dispositivos que geraram relatórios de erros é um recorte do número total de dispositivos afetados anteriormente compartilhados pela Microsoft, pois relatórios de erros são produzidos e coletados apenas de consumidores que escolhem enviá-los para a empresa”, disse a companhia.

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Portanto, assim como acontece com erros em computadores comuns, não são todos os defeitos que são entregues para análise da Microsoft — e há empresas que preferem guardar essas ocorrências para si.

O que aconteceu?

O apagão cibernético da sexta-feira (19) foi causado pela leitura de um endereço de memória vazio, gerando um erro conhecido na computação como “exceção”. Geralmente, essas exceções são tratadas, mas não foi o caso do update do CrowdStrike Falcon.

Porém, por se tratar de um sistema de segurança avançado, o CrowdStrike Falcon é instalado no nível do Kernel do sistema operacional. Esse nível de privilégio permite que o antivírus tenha “visão completa” sobre o que se passa com o dispositivo, assim evitando uma infinidade de ataques avançados.

Dada a extrema profundidade do software no sistema, uma falha nele tem potencial de atravancar toda a inicialização do dispositivo. Daí, quando o update problemático alcançou os dispositivos de destino, o SO não conseguiu se recuperar do erro e exibiu a fatídica Tela Azul da Morte (BSOD, na sigla em inglês).

Segundo a CrowdStrike e a Microsoft, 97% dos sistemas afetados foram recuperados e operam novamente. Porém, o impacto foi grande, e levou mais de uma semana até que o dano gerado pelo update problemático fosse remediado.

No artigo, a Microsoft menciona que a companhia estuda formas de reduzir a necessidade de drivers de kernel de acessar dados de segurança importantes, assim minimizando o impacto de futuros erros. Além disso, a empresa se comprometeu a acompanhar mais intimamente o desenvolvimento de soluções de terceiros, assim garantindo que adotem as melhores práticas para o lançamento de updates.


Por Igor Almenara Carneiro

Especialista em Redator

Redator de tecnologia desde 2019, ex-Canaltech, atualmente TecMundo e um assíduo universitário do curso de Bacharel em Sistemas de Informação. Pai de pet, gamer e amante de músicas desconhecidas.


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