Por Rodolfo Brizoti.
Direto do SXSW, maior festival de inovação, tecnologia e criatividade do mundo, surgiu um grande clamor conjunto: a tecnologia deve ser uma aliada das conexões humanas, não uma adversária. Visionários como John Maeda, Ammy Web e Peter Deng iluminaram o caminho, desafiando as noções pré-concebidas sobre o papel da tecnologia em nossas vidas.
Tecnologia, negócios e comportamento sob um olhar crítico.
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E esse apelo ganha ainda mais força nas discussões sobre a evolução e automação da inteligência artificial e sobre o quanto ela vai interferir e mudar nosso lugar na sociedade. O importante a ressaltar é que não podemos mais ficar pautados exclusivamente no avanço e na utilização da tecnologia como estamos hoje.
Esse comportamento, inclusive, está causando um uso desenfreado, desproporcional e, muitas vezes, sem propósito. Embora esse tema seja uma discussão ainda recente, devemos concordar que a sociedade já está saturada de ouvir e ler a expressão “inteligência artificial” por aí. É um verdadeiro overposting a cada atualização do nosso feed, tanto para o bem, quanto para o mal. E é aqui que entra a nova pauta que devemos trabalhar quando falamos do superciclo da tecnologia que estamos vivendo: a nova interface humanizada.
Inovação e tecnologia foram foco do evento SXSW.
É fato que a digitalização, a IA e todos os recursos tecnológicos vieram para ficar e não temos como voltar atrás. Além disso, os avanços serão cada vez mais significativos e impactantes em nossa vida. Agora, o que precisamos ter consciência é que tudo isso deve estar aí nas prateleiras virtuais para garantir que as relações humanas sejam resgatadas, valorizadas e potencializadas. Essa deve ser a nova interface.
Durante o festival, na abertura da palestra de John Maeda, vice-presidente de Design e Inteligência Artificial da Microsoft, ele enfatizou a importância de humanizar a tecnologia através do design, transformando-a em uma ponte para a empatia e conectando pessoas em um nível mais profundo. Ele ilustrou a limitação tecnológica ao lembrar que uma IA é capaz de vencer qualquer mestre enxadrista, mas não consegue criar um match perfeito entre duas pessoas.
E isso é óbvio, pois o espectro de emoções no cérebro humano tem uma infinidade de camadas intransponíveis por qualquer algoritmo, por mais completo e complexo que seja. Ao mesmo tempo, a tecnologia, quando influenciada pelo design, torna-se uma extensão da humanidade, refletindo nossos valores e nossa ética, permitindo a todos os seres humanos extrapolarem seus potenciais criativos.
Esse pensamento está totalmente ligado ao que Peter Deng, VP da OpenAI, abordou em seu painel. A IA cada vez mais evolutiva deve ser usada para ampliar nossas capacidades e permitir novos patamares de criatividade e inovação. Ela não substitui os seres humanos, mas complementa e amplia as conexões humanas, facilitando a colaboração e compreensão mútua.
O SXSW também serviu como palco para discussões sobre como a tecnologia pode resolver desafios globais, conectando pessoas através de fronteiras e barreiras culturais e criando uma comunidade global unida por objetivos comuns.
Neste contexto, o ponto crucial é a necessidade de ética no uso da tecnologia. À medida que avançamos, devemos garantir que as ferramentas sejam desenvolvidas com consciência social, priorizando o bem-estar humano e criando soluções que respeitem a privacidade, promovam a inclusão e fomentem a diversidade.
A tecnologia está em constante evolução e nós, como sociedade, devemos nos adaptar. Isso requer uma mentalidade de aprendizado contínuo, onde a educação e o treinamento evoluem para atender às demandas de um mundo digitalizado.
A tecnologia pode ser uma ferramenta poderosa para o desenvolvimento pessoal e profissional, mas apenas se abraçarmos a mudança. Com a ascensão das redes sociais e plataformas digitais, a tecnologia revolucionou a maneira como nos comunicamos, permitindo-nos compartilhar ideias, expressar emoções e manter relacionamentos, independentemente da distância.
Mas apesar dos benefícios, a tecnologia apresenta desafios, como a sobrecarga de informações e a desconexão digital. No entanto, esses desafios também oferecem oportunidades para inovar e criar tecnologias que promovam um equilíbrio saudável entre vida online e offline. O local de trabalho está se transformando e a tecnologia está no centro dessa mudança. Ferramentas digitais e IA estão redefinindo o que significa ser produtivo, permitindo que as pessoas colaborem de maneiras antes impossíveis.
À medida que avançamos, devemos nos esforçar para que a tecnologia construa pontes, não barreiras, projetando ferramentas que unam as pessoas, promovam o entendimento e celebrem nossas diferenças. A tecnologia deve ser uma força para o bem, enriquecendo nossas vidas e fortalecendo nossas comunidades.
Olhando para o futuro, enfrentamos uma escolha: permitir que a tecnologia nos separe ou usá-la para nos unir. Devemos abraçar a inovação como um facilitador das conexões humanas, um aliado na nossa busca por um mundo mais conectado e humano. O futuro é brilhante para aqueles que veem a tecnologia não como uma ameaça, mas como uma promessa – a promessa de um mundo onde as conexões humanas são a força mais poderosa de todas.
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Rodolfo Brizoti é sócio e Head de Criação, Planejamento e Content da EAÍ?! Content Experience, agência de live marketing focada em content experience e em inovações na realização de eventos, campanhas de incentivo, promoções, premiações e as mais diversas ativações de brand experience. Já trabalhou com grandes players do mercado, como Whirlpool, Heineken, iFood e Havaianas.
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