Por Roberta Knijnik.
O dia 8 de março só foi reconhecido oficialmente pela ONU em 1977, mas sua origem vem desde o início do século XX. Passando por manifestações por direitos trabalhistas e eleitorais em 1911 nos EUA, uma greve em 1917 durante a revolução russa, o mês de março se tornou um marco simbólico de luta pelos direitos das mulheres na sociedade. Desde então, foram muitas as conquistas como:
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- o direito ao voto;
- a lei do divórcio;
- a lei Maria da Penha;
- o combate à violência política.
Esses são apenas alguns dos motivos de orgulho para celebrar o dia 8 de março. Mas, apesar da enorme importância desses marcos sociais, a realidade é que a sociedade ainda tem uma longa jornada de evolução quando o assunto é direito das mulheres, principalmente no mercado de trabalho.
As mulheres quase sempre se veem compelidas a ir muito além de homens para atingir os mesmos cargos, salários, e nível de privilégios.
Uma análise do Ministério do Trabalho aponta que durante a pandemia de covid-19, 96% das pessoas que perderam seus empregos foram mulheres. Outro estudo igualmente preocupante mostra que cerca de metade das mulheres que se tornam mães são desligadas dois anos após retornarem da licença maternidade.
Dia da Mulher: dias de luta, dias de glória
Infelizmente, as estatísticas gerais ainda apontam para um cenário no qual as mulheres quase sempre se veem compelidas a ir muito além de homens para atingir os mesmos cargos, salários, e nível de privilégios.
Isso sem mencionar a série de estereótipos de cargos e profissões “masculinas” e “femininas”, que não raramente restringem a entrada de mulheres em certos setores, muitas vezes de forma velada, com entrevistas enviesadas e “não alinhamento com o fit cultural”.
Naturalmente, os motivos de celebração continuam a aumentar, representando um avanço constante, mesmo com alguns momentos de percalços. Iniciativas como a da Intel, que desde 2018 faz parte da Coalizão dos Trinta Por Cento, iniciativa para promover a equidade de gênero, raça e etnia nos conselhos corporativos, são um exemplo claro desses avanços.
Tomando base apenas nossa região, a empresa tem um quadro expressivo de mulheres em posição de liderança, como Gisselle Ruiz Lanza, até então Diretora Geral da Intel para a América Latina e que recentemente assumiu como Vice-Presidente da Intel LatAm, e Claudia Muchaluat, presidente da Intel Brasil.
Além disso, a Intel investe ativamente em projetos como o Mulheres na Ciência (WiSci), para reduzir a disparidade de gênero através da educação e do desenvolvimento de liderança.
Proporcionando mais motivos para celebrar
É preciso transformar em cultura interna o que muitas companhias tratam apenas como “benefícios”, como regimes híbridos, flexibilidade de horários, e outras práticas para acolher mulheres que, por exemplo, escolheram ser mãe sem que elas tenham sequer o receio de precisar renunciar a seus empregos.
Tanto por isso, é extremamente importante, sim, celebrarmos o mês de março e o Dia da Mulher. Contudo, precisamos manter em mente que não se trata de uma data apenas para lembrar das vitórias dos últimos 100 anos.
O dia 8 de março é, acima de tudo, uma data que representa a garra e a luta para conquistar ainda mais direitos, muitos deles básicos, que quase sempre acabam negligenciados ao menor sinal de crises econômicas, políticas, ou mesmo de saúde.
Dessa forma, o Mês da Mulher precisa ser sempre lembrado como a força motriz para garantir que as próximas gerações de mulheres tenham mais representatividade em todos os espaços sociais, e cada vez mais motivos para celebrar.