Quando você lê ou ouve falar em "big tech", quais são as empresas que normalmente surgem na sua cabeça? Nesses casos, é natural pensar quase sempre nas gigantes norte-americanas da tecnologia.
Elas são conhecidas como GAFAM, sigla com as iniciais de Google, Amazon, Facebook (atual Meta), Apple e Microsoft. Em faturamento, valor de mercado e popularidade, essas companhias são líderes no setor em celulares, redes sociais e serviços digitais em geral.
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Porém, a China, a segunda maior economia do mundo, também conta com o seu próprio "supergrupo" de empresas de tecnologia. Elas são chamadas de BATX — acrônimo de Baidu, Alibaba, Tencent e Xiaomi — e representam o presente e o futuro do país, algumas com grande presença global.
A seguir, conheça mais sobre cada uma delas e o que torna essas companhias chinesas tão especiais no mercado.
Baidu
Fundada em 2000, a Baidu é uma empresa que nasceu como um mecanismo de busca. Fundada por Robin Li e Eric Xu, basicamente ele é a alternativa chinesa mais famosa ao Google. O algoritmo do serviço também ranqueava páginas por importância e foi desenvolvido antes que o concorrente, embora tenha levado mais tempo para sair.
Baidu (Imagem: Divulgação/Baidu)Fonte: Baidu
Com o passar dos anos, a Baidu expandiu para além do mecanismo de busca. Ela passou a investir em outros serviços digitais, como armazenamento de dados na nuvem, inteligência artificial e carros autônomos.
Ela tentou entrar no Brasil com o buscador, uma barra de ferramentas para navegadores e a compra do site de cupons Peixe Urbano — uma estratégia agressiva e que não foi bem sucedida, já que a marca saiu do país em 2018.
A empresa hoje pesquisa e desenvolve carros autônomos (Divulgação/Baidu)Fonte: Baidu
A Baidu foi a primeira empresa chinesa na Nasdaq, entrando na Bolsa de Valores em 2007. Atualmente, ela tem um valor de mercado de cerca de US$ 34,35 bilhões (cerca de R$ 169 bilhões na cotação atual).
Alibaba
A Alibaba é fruto da mente de Jack Ma, um ex-professor de inglês que virou empreendedor. A companhia foi fundada em 1999 já com dois sites de comércio eletrônico: o Alibaba.com e o 1688.com, voltado apenas para o público chinês.
A empresa começou modesta, mas cresceu em ritmo acelerado após um investimento do SoftBank. Ao longo dos anos, mais plataformas digitais foram lançadas pelo grupo — incluindo o popular Aliexpress, de 2010, uma das lojas online mais populares do Brasil.
Além disso, o Alibaba começou a expandir para outras áreas. Ma abriu um serviço de pagamentos instantâneos, uma produtora de filmes e um site para guardar dados na nuvem.
Jack Ma, cofundador e ex-CEO do Alibaba (Imagem: GettyImages)Fonte: GettyImages
O valor de mercado do Alibaba atualmente é de US$ 183,30 bilhões (R$ 905 bilhões). Entretanto, a empresa poderia ter sido maior, mas ela se envolveu em controvérsias com o governo local e desacelerou nos últimos anos.
Tencent
A Tencent pode não ser muito conhecida do público brasileiro, mas é talvez a mais dominante na China. Fundado em 1998, o conglomerado começou a se destacar pelo mensageiro QQ. Mas foi mesmo com o WeChat, o atual maior "superapp" do país, que ela virou uma gigante.
Um dos escritórios da Tencent (Imagem: GettyImages)Fonte: GettyImages
O WeChat é usado para bate-papo, pagamentos via QR Code e muitos outros serviços em um único ambiente, um sonho que nenhuma integrante da GAFAM conseguiu replicar até agora. Hoje, a Tencent é uma das empresas mais poderosas no setor de games — principalmente pela participação em nomes como a Ubisoft e a Riot Games.
Ela foi a primeira empresa chinesa a valer mais de US$ 500 bilhões (R$ 2,4 trilhões). Atualmente, o seu valor de mercado gira em torno de US$ 334,2 bilhões (R$ 1,6 trilhão).
Xiaomi
Talvez a mais famosa do quarteto e também a mais nova, a Xiaomi é uma fabricante renomada de smartphones e outros eletrônicos fundada em 2010 por Lei Jun.
Uma loja de celulares da Xiaomi, nos moldes da Apple Store (Imagem: GettyImages)Fonte: GettyImages
Ela começou vendendo celulares de baixo custo na China e na Índia, posteriormente chegando também ao Brasil.
A Xiaomi hoje detém submarcas de celular como Poco e Redmi e atualmente é a terceira colocada em vendas no setor — além de ser a líder no mercado chinês. Além disso, ela lança novos dispositivos inteligentes todos os anos, incluindo aspiradores robô, fones de ouvido, TV boxes e até um carro elétrico.
A avaliação de mercado da Xiaomi atualmente é de US$ 42,5 bilhões (R$ 209 bilhões)
Fontes