O ano de 2024 deve ser de virada para o setor de realidade virtual (RV) diante de lançamentos como o headset Apple Vision Pro e óculos inteligentes da Xreal Air, da marca chinesa Xreal. Mas, para além do produto, a tecnologia promete impactar o ambiente de trabalho de diversas formas: treinamentos, de inclusão entre times e até mesmo eliminação de gastos.
As recentes transformações no setor, como home office e híbrido, devem inclusive impulsionar a aderência de ferramentas de realidade virtual. Isso porque diversos recursos de produtividade passaram a ser rotina nos escritórios, mesmo com o retorno ao trabalho presencial.
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Enquanto forte tendência global, a RV também será tema de apresentações da South to SouthWest (SXSW). A conferência anual, que vai rolar entre 8 e 15 de março em Austin, Texas, contará com pessoas relevantes das indústrias de tecnologia, cinema, música, educação e cultura.
SXSW 2024: a realidade virtual estará presente em experiências imersivas e painéis sobre o metaverso e aprendizagem com a tecnologiaFonte: SXSW
Nos debates, estão a integração da tecnologia ao metaverso e aplicativos de aprendizagem, que podem ser adaptadas às rotinas de trabalho. Mas qual será o seu impacto? Teremos um “falso presencial”? Quais suas vantagens competitivas? Explicaremos tudo a seguir.
Como a realidade virtual pode ser utilizada pelas empresas?
Não importa o regime de trabalho, a realidade virtual poderá ser usada por qualquer empresa que busque inovação. No entanto, a tecnologia exige investimento em headsets ou óculos inteligentes, além de aplicativos específicos.
Diante de sua capacidade de simular situações e objetos, o recurso pode ser explorado para uma infinidade de soluções, como para testar um produto, solução ou serviço.
Quais os benefícios da realidade virtual no ambiente de trabalho?
Um estudo da Catho feito no Brasil revelou que 61% das empresas pretendem retornar ao modelo presencial. Mas isso não significa o fim do home office ou regime híbrido, como revelamos em um artigo sobre tendências de trabalho em 2024. Afinal, a forma de atuação depende do segmento de atuação, modelo de negócios e times.
Diante da escassez de talentos em tecnologia, startups e firmas inovadoras tendem a contratar profissionais em nível nacional ou mundial para atuar no modelo remoto.
Nessa lógica, entra o conceito de “anywhere office” (“escritório em qualquer lugar”), que permite desde trabalhos colaborativos em um ambiente virtual até a criação de espaços digitais, como salas de reuniões e apresentações.
A família de headsets Oculus Quest, da Meta, também oferecem suporte para situações de trabalho em realidade virtualFonte: Meta/Reprodução
Assim, a realidade virtual tem como benefício a capacidade de tornar o trabalho mais colaborativo entre equipes de qualquer lugar do planeta. O resultado? Projetos podem ser desenvolvidos sem a necessidade de gastos com viagens e fabricação de protótipos físicos, por exemplo.
O poder de simulação da RV ainda pode ser adaptado para manter habilidades técnicas (hard skills) dos times atualizadas por meio de treinamentos práticos. Um hospital pode, por exemplo, simular uma situação de atendimento envolvendo um novo aparelho.
Como a realidade virtual ajuda a tornar as experiências de trabalho mais inclusivas?
As empresas que adotam regimes 100% remotos ou híbridos podem lidar com algumas situações de isolamento entre os times. No entanto, a realidade virtual pode ser uma ferramenta eficaz para resolver esse problema.
Como citamos, algumas tecnologias já permitem a criação de espaços virtuais coletivos e até privados para interações por meio avatares. Esse é o caso do Microsoft Mesh, recurso de RV que foi recentemente integrado à versão paga do Teams.
Microsoft Mesh: solução permite que empresas criem espaços de trabalhos completos em realidade virtualFonte: Microsoft/Reprodução
A sensação nesse caso é de um “falso presencial”, pois se trata de uma experiência simulada. No entanto, a cultura organizacional pode ser fortalecida com atividades fora do campo de trabalho, com conversas interativas ou paralelas, recursos de gamificação, além de encontros presenciais em um ou mais períodos do ano.
Uma das promessas do RV é de também ampliar a contratação de talentos com diferentes níveis de habilidades motoras de qualquer parte do país. Isso porque, em um futuro breve, headsets serão alimentados com sensores que poderão ser ativados com movimentos oculares.
Como a realidade virtual pode oferecer vantagens competitivas?
A realidade virtual pode oferecer várias vantagens competitivas para as empresas tanto em termos comerciais quanto na atração dos melhores talentos do mercado. Uma pesquisa da Boston Consulting Group (BCG), revelou que 9 em cada 10 profissionais no mundo preferem trabalhar em regime híbrido. Portanto, empresas com esse diferencial aumentam suas chances de retenção de colaboradores.
Outro benefício está na possibilidade de contratar times mais diversos, algo essencial para a inovação, que é impulsionada por diferentes experiências e conhecimentos.
A XReal é uma empresa chinesa que lançou os óculos inteligentes XReal Air Ultra 2. O modelo tem design similar ao de óculos convencionais, mas garante experiências em RV.
Já em contextos comerciais, a realidade virtual se insere como um diferencial tecnológico para o desenvolvimento e produtos e serviços cada vez mais avançados. Outros benefícios são:
- oferecer experiências personalizadas aos consumidores;
- reduzir custos na criação de produtos ou serviços;
- identificar falhas ou problemas de produtos ou serviços antes de seu lançamento;
- diminuir riscos, pois há mais possibilidades de testes em situações similares às reais.
A tendência é de que a RV se torne cada vez mais acessível, dentro e fora do ambiente de trabalho, com o recente avanço de equipamentos específicos e interesse no metaverso. No começo deste ano, por exemplo, diversos óculos inteligentes foram apresentados na CES, conferência anual de tecnologia, e devem chegar às prateleiras em breve. Outras experiências interessantes serão ainda exibidas na SXSW 2024.
Resumindo: a tecnologia deve ganhar não só tração como deve se tornar mais acessível para diferentes consumidores e negócios.
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