A Marinha do Brasil vai usar a internet via satélite da Starlink em alguns dos seus principais navios, garantindo a conexão nas embarcações em alto-mar, como revelou o Estadão nesta quarta-feira (6). A tecnologia fornecida pela empresa de Elon Musk também foi adotada em regiões remotas da Amazônia no ano passado.
O serviço que utiliza a rede de satélites da SpaceX foi contratado para complementar os sistemas de comunicação já disponíveis na frota, segundo os militares. Dessa forma, não há previsão de que outras tecnologias de conexão adotadas nas embarcações sejam substituídas pela plataforma que promete altas velocidades de navegação na web.
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As embarcações da Marinha com acesso ao serviço poderão se manter conectadas durante as longas viagens.Fonte: Getty Images/Reprodução
Uma das vantagens da novidade é a possibilidade de acessar ferramentas de previsão meteorológica em praticamente qualquer lugar, contribuindo para que a tripulação se prepare para enfrentar diferentes condições climáticas com antecedência. Além disso, a conectividade contribui para o uso da telemedicina durante as longas viagens em alto-mar.
Um dos navios da Marinha conectados pela Starlink é o Navio Aeródromo Multipropósito Atlântico, maior embarcação do Brasil. O Navio-Patrulha Maracanã e o Navio de Apoio Oceanográfico Ary Rongel, utilizado no Programa Antártico Brasileiro, também receberão o serviço, que custará R$ 149 mil pelo período de um ano.
Informações militares não passarão pela rede
Com a presença cada vez maior da Starlink levando a internet para as regiões mais distantes do planeta, organismos internacionais têm alertado para a influência de Elon Musk na geopolítica mundial e em guerras recentes. Diante de tal preocupação, o uso da Starlink nas embarcações da Marinha levantou a possibilidade de acesso do bilionário aos dados militares.
Mas de acordo com o Comando da Força Naval, nenhuma informação sigilosa das Forças Armadas será transmitida usando os satélites da SpaceX. Para este tipo de atividade, os demais sistemas de conectividade dos navios continuarão funcionando normalmente.
“A tecnologia será usada para internet com fins ostensivos, sendo completamente segregada das redes de bordo e demais redes de dados. Assim, informações tipicamente militares não serão transmitidas ou recebidas pelos satélites da Starlink”, garantiu a entidade, em nota enviada ao jornal.
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