Já não é de hoje que muitas profissões estão desaparecendo.
Quem já ouviu falar ou se lembra do ascensorista? Do vendedor de enciclopédia? E do dono de locadora de vídeo? A primeira era a pessoa responsável por apertar os botões dos elevadores e abrir a porta. O segundo vendia de porta em porta uma coleção gigante de mais de 20 volumes de livros com temas variados, e o último era proprietário de uma empresa onde você alugava uma fita de vídeo ou um CD/DVD, levava para casa, assistia e depois de devolvia.
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E com o avanço da tecnologia, muitas outras estão desaparecendo rapidamente, tais como cobrador de ônibus, telefonista, caixa de supermercado e outras profissões que podem ser facilmente substituídas por uma máquina.
Advogado (tô lascado), engenheiro, médico, arquiteto e outras profissões qualificadas estão seriamente ameaçadas, mas ainda não se sabe quando isso vai acontecer. Mas que vão, vão... É um caminho sem volta, e muitas pessoas poderão ficar despregadas.
E o pessoal que está entrando agora no mercado de trabalho e/ou estudando para ser alguma coisa na vida precisam ter muito cuidado para escolher uma profissão que não vá sumir em breve, ou para escolher as profissões do futuro.
Com o avanço da tecnologia, muitas profissões estão desaparecendo rapidamente.
A Constituição Federal, no inciso XXVII do artigo 7, desde 1988 assegura ao trabalhador uma proteção contra a automação do trabalho “na forma da lei”, lei essa que não existe, mesmo depois de mais de 33 anos.
Essa proteção é chamada de direito fundamental, ou seja, é um direito mínimo que deve ser sempre garantido para que o individuo exista e se desenvolva de forma digna dentro da sociedade. É um direito que protege todos contra uma determinada situação que possa colocar em risco a sua vida.
E como é um direito fundamental, ninguém que esteja no poder pode querer fazer com que este direito seja excluído ou desrespeitado porque ele é garantido e não pode ser retirado da Constituição Federal. Nem mesmo se pode fazer uma lei para isso.
Então, todas as profissões deveriam ser protegidas, certo? Certo, mas o que fazer com o desenvolvimento da tecnologia? Se há uma oportunidade de que algo seja realizado de forma melhor, mais rápida, mais segura e mais econômica, isso deveria ser bloqueado? Não parece ser a melhor opção, então a tecnologia vai passar por cima de diversas profissões.
Mas para proteger o trabalhador, a PGR entrou com uma ação chamada “ação direta de inconstitucionalidade por omissão”, que é uma ação em que se obriga o Congresso Federal a fazer uma lei para garantir um direito constitucional, por exemplo, em um tempo razoável. 33 anos não é um prazo razoável.
É importante deixar claro que o Congresso não tem obrigação nenhuma de editar as leis que a sociedade achar importantes, mas em alguns casos em que um direito para ser válido precisa de uma lei que o regulamente, aí sim é possível que se tome uma medida extrema dessas.
Nessa ação, a PRG – Procuradoria Geral da República, não propõe nenhum tipo de lei porque isso é de competência do Congresso Federal (que é quem faz as leis de abrangência nacional), mas sim quer que o Congresso seja condenado a fazer essa lei em um tempo razoável, da forma como eles quiserem, mas desde que seja realmente protetora dos empregados.
Quem decide se o Congresso tem ou não obrigação de fazer esta lei é o Supremo Tribunal Federal, que só pode dizer se precisa ou não precisa ser feita, votada e aprovada a lei. Ele também não opina e não propõe nada, só decide se é ou não procedente o pedido.
Mas é preciso que se tenha em mente que mesmo com a proteção a ser dada aos trabalhadores, muitas profissões vão desaparecer, então, uma sugestão nesse projeto de lei a ser apresentado é capacitar os empregados que mais rapidamente serão afetados para que eles possam migrar de profissão. O Poder Público pode e deve criar mecanismos para a requalificação dos profissionais, ou teremos uma gigantesca massa de pessoas que não poderão mais trabalhar e que dependerão de programas sociais.
Então, meu querido leitor, cuidado com a sua profissão. Escolha com cuidado e monitore como a tecnologia está afetando-a e tome todas as medidas para se manter amplamente atualizado para se distinguir no mercado e ser necessário para as empresas. Se nada disso for possível, troque de profissão
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