O Google contratou o ex-presidente Michel Temer para auxiliar nas negociações relacionadas ao projeto de lei (PL) que prevê a regulação das redes sociais no Brasil. A informação foi revelada pela Folha de S.Paulo nesta sexta-feira (30).
Conforme a reportagem, o antigo chefe do Executivo estaria fazendo uma "mediação" entre a gigante das buscas e os parlamentares há três semanas. O trabalho teria iniciado pouco tempo após o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, determinar a abertura de inquérito contra diretores da companhia.
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Na ocasião, o Google divulgou uma campanha criticando o PL das fake news na página inicial do buscador, uma das mais acessadas do Brasil, gerando reação imediata das autoridades. Além do inquérito aberto pelo STF, uma medida cautelar do Ministério da Justiça e Segurança Pública levou à remoção do conteúdo.
O ex-presidente já participou de discussões envolvendo o PL das fake news.Fonte: Getty Images/Reprodução
Em nota enviada ao jornal, o Google confirmou a contratação de “agências e consultores especializados para ajudar na mediação dos nossos esforços de diálogo com o poder público para podermos levar nossas contribuições a políticos e parlamentares”. A companhia não detalhou o trabalho feito por Temer.
Primeiros encontros
Segundo a publicação, o ex-presidente se encontrou com o deputado federal Orlando Silva (PC do B/SP), que é relator do projeto de lei 2.630/2020, também conhecido como PL das fake news. Na reunião, que contou com a presença de diretores do Google no Brasil, ele apresentou as visões da companhia sobre a legislação atualmente em discussão.
Após o encontro inicial, os representantes do Google se reuniram novamente com Silva, desta vez sem a presença do mediador. Já as conversas com ministros do STF, que irão julgar dois recursos extraordinários sobre a flexibilização do Marco Civil da Internet, ainda não aconteceram.
Indicado por Temer ao STF, Alexandre de Morais é um dos principais defensores do aumento da responsabilização das plataformas de internet em relação aos conteúdos divulgados por ela, assunto em discussão no PL.
Fontes