O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), assinou nesta sexta-feira (14) uma série de acordos comerciais com a China. A parceria é parte da viagem de uma delegação brasileira ao país asiático, que incluiu um encontro com o presidente Xi Jinping e a posse da ex-presidente Dilma Rousseff no Banco dos Brics.
Ao todo, foram fechados 20 acordos econômicos entre as nações, entre novas alianças e renovações de projetos em andamento, alguns deles no setor de alimentação, agro, turismo e infraestrutura. Além disso, ao menos sete deles têm relação direta com pesquisa e inovação em áreas de Ciência e Tecnologia, passando por temas como energia, economia e exploração espacial.
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Os acordos entre Brasil e China
Alguns dos acordos são do setor privado brasileiro e empresas chinesas, enquanto outros envolvem o governo em si e companhias ou instituições do país asiático.
A logística entre os dois países também foi abordada — esse é um dos principais temas do noticiário sobre a viagem de Lula, já que coincide com debates sobre novas regras tributárias e impostos direcionados a mercadorias chinesas. A lista completa de acordos econômicos assinados entre Brasil e China pode ser conferida no site do Ministério das Relações Exteriores.
Setor privado
No setor privado, a brasileira Unifique e a chinesa ZTE estabeleceram uma parceria para fortalecer a cobertura 5G no sul do Brasil. A Vale assinou diferentes contratos com empresas chinesas com foco em processos de zero emissão, energia verde e produção de biocarvão.
Já a Furnas e a State Grid agora vão desenvolver o projeto de revitalização de parte do sistema de transmissão da Hidrelétrica de Itaipu, projeto binacional entre Brasil e Paraguai que fica em Foz do Iguaçu.
A embalagem do Azvudine.Fonte: Nikkei Asia
Foi confirmado também o acordo para registro e comercialização do medicamento Azvudine no Brasil. De tratamento oral, ele é criado na China e usado no tratamento de novas variantes do coronavírus.
Parcerias governamentais
Nos acordos envolvendo o governo brasileiro, um dos principais foi o anúncio de que o Ministério de Minas e Energia e a chinesa SPIC fecharam acordo para viabilizar a construção de usinas de energia solar com complemento de miniturbinas eólicas, baterias e purificadores de água, em áreas remotas da Amazônia.
Além disso, os países reforçaram a aliança para o lançamento do sétimo satélite da cooperação Brasil e China, o CBERS-6.
Um dos Satélites Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres.Fonte: INPE
No campo mercadológico, a ApexBrasil e a Beijing Hycore Innovation formalizaram uma cooperação para apoiar startups brasileiras em parcerias futuras com a China.
Foram assinados ainda diversos memorandos de cooperação entre os ministérios e agências reguladoras dos dois países. Os temas envolvem pesquisa e inovação, indústria, economia digital e tecnologias de informação e comunicação, além de coprodução televisiva e entre agências de mídia.
Isso significa, por exemplo, trocas tecnológicas entre empresas privadas de ambos os países para beneficiar áreas como mineração, agroindústria, fabricação de eletrônicos e transportes.
Fontes