Injúria e agressão no RJ expõem as mazelas dos trabalhadores de aplicativos

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Imagem: Twitter/Reprodução
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O ato de injúria racial sofrido pelo entregador Max Ângelo dos Santos no último domingo (09), no Rio de Janeiro, viralizou nas redes sociais e reacendeu um debate sobre as mazelas que sofrem os trabalhadores de aplicativo.

As imagens que foram vistas por milhares de pessoas mostram Max sendo agredido com socos, tendo a camisa puxada e até sendo golpeado com uma guia da coleira de cachorro. As agressões foram desferidas por Sandra Mathias Correia de Sá, que é ex-atleta de vôlei e nutricionista.

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“Eu fui muito humilhado. Quis me afastar e não quis revidar, mas se eu boto a mão nela, hoje eu estaria em [um presídio de] Bangu, porque ela iria alegar que eu a agredi. Não quero que aconteça com outra pessoa, quero justiça”, disse Max em entrevista para a Band.

De acordo com a vítima das agressões, ele foi chamado de “lixo” pela autora do crime. Sandra, que deve prestar depoimento na polícia hoje (12), ainda teria mandado o entregador “voltar para a favela”.

Dificuldades cotidianas de um entregador

A situação vivida por Max foi apenas mais uma dentre os vários casos que demonstram como é árduo o trabalho de um entregador de aplicativo no Brasil. No mês passado, por exemplo, uma moradora do bairro nobre do Leblon, no Rio de Janeiro, destratou um entregador e se recusou a passar o código de segurança.

O próprio trabalhador — que chega a pedalar 12 horas por dia na rotina de trabalho — filmou a ação agressiva da cliente e o vídeo também viralizou na internet. Como resposta, o iFood baniu a mulher da plataforma.

Outra história que chamou bastante a atenção foi a de um motoboy que faleceu enquanto trabalhava também no Rio de Janeiro. O iFood chegou a encerrar a conta da vítima no app alegando “má conduta”.

iFood

"Para mim é muito cansativo. Às vezes pego uma entrega muito longe, levo de 15 a 20 minutos para chegar e o mesmo tempo para voltar. Quando o movimento está fraco, vou pro Leblon, Ipanema, Copacabana ou Botafogo. De bicicleta é cansativo”, relatou Max, que chega a pedalar 18 horas por dia.

Casado e pai de 3 filhos, ele diz que não pretende realizar nenhum acordo judicial com a agressora, mas que quer ver ela pagando pelo crime.

“Todos nós podemos ser melhores, todos cometemos erros e temos nossas falhas. Mas acho que todos podem ser um pouco melhores. Não é porque tem dinheiro que pode humilhar outra pessoa que é de classe mais baixa, ou tem o tom de pele diferente do dela. Isso está completamente errado”.

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