A nova Agência Brasileira de Inteligência (Abin) terá como uma de suas prioridades identificar e monitorar grupos antidemocráticos e extremistas nas redes sociais. O objetivo é prevenir ataques ao Estado brasileiro, como os que ocorreram em janeiro.
A agência passará por uma reformulação geral de estratégia para escapar da tutela militar, com ajuda de especialistas de universidades. Além disso, a Abin contribuirá com inteligência para ajudar em políticas públicas, como apontar gargalos na agricultura familiar para combater a miséria.
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O órgão, que ficará subordinado ao Ministério da Casa Civil, tratará de temas como aquecimento global, desmatamento da Amazônia, ataques a povos originários, garimpo ilegal e ameaças ambientais à plantação de soja.
O diretor-adjunto Saulo Moura da Cunha, nomeado no início do governo Lula enquanto o comandante da instituição não era escolhido, foi exonerado. Em seu lugar, o policial federal Alessandro Moretti assumirá o comando provisório da agência.
Histórico da Abin
Os civis devem retomar o comando da Abin, que foi criada para ser uma agência de inteligência fora da estrutura militar. (Fonte: Agência Brasil/Antônio Cruz/Reprodução)Fonte: Insira a fonte
O serviço de inteligência do Brasil foi criado em 1927, mas passou por uma reformulação no governo Fernando Henrique Cardoso, quando foi criada a Abin para ser uma agência de inteligência civil. No entanto, o órgão foi dominado pelos militares, ficando subordinado ao Gabinete de Segurança Institucional (GSI), antiga Casa Militar.
Na realização dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos em 2016, a agência foi responsável pela coordenação dos trabalhos do Centro de Inteligência de Serviços Estrangeiros, que teve sucesso na prevenção de ações de contraterrorismo.
A presidente Dilma tentou dar um caráter civil à inteligência do estado, mas não obteve êxito. Em sua gestão, a Abin foi flagrada investigando lideranças indígenas e organizações não governamentais. O órgão não foi capaz de prevenir ou explicar como a presidência foi grampeada pelo governo dos Estados Unidos.
No governo Temer, a agência não antecipou a greve dos caminhoneiros. Já na gestão de Bolsonaro, tentou obter os dados de todas as Carteiras Nacionais de Habilitação (CNH), mas não percebeu que aviões da Força Aérea Brasileira (FAB), da comitiva presidencial, transportavam cocaína.
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