Os aparelhos de TV Box clandestinos usados para a pirataria de conteúdo diretamente na televisão — conhecidos popularmente como "gatonet" — são um dos principais alvos atuais da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). A agência oficial afirmou nesta semana que foram apreendidos mais de 1,4 milhão desses dispositivos, que somariam o valor de R$ 400 milhões, segundo as autoridades.
Se os dados da Anatel estiverem corretos, a apreensão desta semana deve ter um impacto perceptível no mercado dos "gatonets", porque a agência estima que existam cerca de 5 a 7 milhões desses aparelhos no Brasil. O número apreendido representa uma porcentagem considerável.
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Estudo da Anatel conclui que aparelhos piratas de TV Box são capazes de invadir outros dispositivos conectados na mesma rede. 1,4 milhão foram apreendidos.
— Metrópoles (@Metropoles) February 9, 2023
“Conseguíamos filmar o que estava acontecendo em um computador”, afirmou o superintendente de fiscalização da entidade. pic.twitter.com/uCQOR9OolO
É evidente que apreender um "gatonet" de cada vez não é a solução mais eficaz para barrar o uso de TV Box clandestino. É por isso que a Anatel afirmou que, gradualmente, pretende bloquear os servidores que emitem os sinais para os aparelhos piratas.
Malware e outros riscos em potencial
Como sempre acontece quando falamos de pirataria, as autoridades envolvidas no caso alertam aos usuários sobres os riscos envolvidos no uso de dispositivos TV Box piratas. Como não são aparelhos homologados, eles podem conter todo tipo de malware e vírus capazes de infectar toda a rede doméstica.
Segundo a Anatel, qualquer aparelho ligado ao roteador onde o TV Box ilegal se conecta está exposto ao risco de ter seus dados roubados. "Você está colocando um inimigo dentro de casa", afirmou Carlos Baigorri, presidente da Anatel. "Tudo que você faz no seu celular, uma pessoa está olhando. Esses equipamentos podem ser controlados por terceiros".