A operadora Oi entrou na quarta-feira (8) com um pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos. Impetrado na Corte de Falências de Nova York com base no chamado “Chapter 15” busca abarcar, no território americano, uma tutela de urgência concedida pela Justiça do Brasil, protegendo a empresa contra possíveis execuções de dívidas por credores.
De acordo com informações apuradas pelo Estadão/Broadcast com um dos advogados que estão participando do caso, a vinculação dos processos "faz com que todos os credores da Oi se submetam às decisões da Justiça brasileira", onde o caso da companhia está centralizado.
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Depois de a empresa assumir que não tinha recursos para honrar o pagamento de R$ 600 milhões em dívidas com vencimento no domingo passado (5), a 7ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro concedeu à empresa e às suas subsidiárias Portugal Telecom e Oi Brasil Holdings, o direto de suspender, por 30 dias algumas obrigações, entre elas alguns títulos de dívida internacionais (bonds).
O que pretende a Oi?
Fonte: Karolina Grabowska/Pexels/Reprodução.Fonte: Karolina Grabowska/Pexels
A Oi buscou a recuperação judicial pela primeira vez em 2016, com dívidas acumuladas de R$ 65 bilhões à época. Durante o processo, a então gigante das telecomunicações se viu obrigada a vender ativos preciosos, como as operações de telefonia móvel e infraestrutura. No entanto, ainda persiste uma dívida atualmente avaliada em R$ 35 bilhões.
Em entrevista ao jornal O Globo nesta quinta-feira (9), o CEO da Oi, Rodrigo Abreu, admite que "Ainda é uma dívida muito pesada para a companhia". A perspectiva do executivo é que, "se não reestruturarmos essa dívida, a gente cria uma companhia operacionalmente viável, mas sem condição de quitar o seu passivo financeiro".
Com isso, a tele está próxima de protocolar um novo pedido de recuperação judicial no Brasil. Enquanto isso, aproveita o prazo de 30 dias para buscar um improvável acordo de refinanciamento de dívidas junto a instituições financeiras.