O Google anunciou que começará a utilizar o design RISC-V na arquitetura do Android. A gigante da tecnologia pretende fazer com que a tecnologia esteja no mesmo patamar do que a Arm, principal solução utilizada em chips que funcionam em celulares com o sistema.
A informação foi divulgada recentemente por Lars Bergstrom, diretor de engenharia do Android, em um keynote. Na oportunidade, o executivo afirmou que o RISC-V será visto como uma “plataforma de nível 1” no sistema operacional do Google.
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Ainda segundo Bergstrom, o Android Open Source Project (AOSP) do Google suportará somente a versão em 64-bits do RISC-V. O plano é oferecer a plataforma já no primeiro trimestre de 2023 com suporte Android RunTime (ART) para Java.
“O Android é realmente um sistema Java. Toda a interface do usuário é feita em Java, a maioria dos serviços do sistema, toda a comunicação, até mesmo os aplicativos nativos ficam em cima de algum Java na maior parte do tempo”, defendeu Bergstrom.
Motivos da decisão
A posição Google marca uma repentina mudança de ideia. Há cerca de 6 meses, o próprio diretor de engenharia do Android havia sugerido que o suporte ao RISC-V não deveria ocorrer porque exigiria “muito trabalho” e levaria “alguns anos” para se concretizar.
O suporte à RISC-V do Google se juntará também à plataforma x86, que é utilizada normalmente em chips para computador, além da Arm, voltada para dispositivos móveis.
A marca dona do buscador mais popular da internet tomou a decisão principalmente por fatores comerciais e geopolíticos. A ideia é diminuir a dependência da arquitetura Arm, que é uma das principais do setor da tecnologia.
A guerra comercial entre Estados Unidos e China teve a Arm como um de seus grandes motivadores. A dona da plataforma é uma marca do Reino Unido que baniu e depois retirou a proibição da tecnologia para a Huawei, companhia acusada pelo governo norte-americano de espionagem.
Utilizando a RISC-V, o Google garante mais autonomia e liberdade, já que esta é uma plataforma de código aberto e com desenvolvimento colaborativo.
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Fontes
