A cultura de experimentação é motor para inovação e evolução das organizações nos tempos atuais. Em um cenário volátil e incerto, com toda sua complexidade, é necessário se manter em constante movimento e criar novas possibilidades de resolução de problemas complexos, com riscos calculados e agilidade.
É importante colocar que a experimentação é uma cultura a ser vivida e pode ser aplicada em diversas áreas, não apenas dentro da tecnologia.
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Podemos aplicar experimentos para evolução de um produto digital, mas também para resolução de tensões dentro da cultura organizacional, para vendas offline e até na construção de deck de investimento ou apresentação de ideias, o importante é o conceito por trás.
- Veja também: Não há inovação sem autonomia
"Vamos fazer um experimento?"
Na DeÔnibus, essa é uma frase muito comum entre os times: "Vamos fazer um experimento?".
Dentre as incertezas e dezenas de hipóteses que surgem no dia a dia para alcançar os objetivos estratégicos, o caminho é experimentar para então, tomar decisões mais assertivas.
- Objetivo claro: Antes de qualquer coisa é necessário ter um objetivo claro e um problema bem definido. Sem isso, não há hipótese que se sustente ou que consiga ser validada.
- Dados e análise de informações: Entendemos o contexto, informações que já temos e o que os dados nos dizem. Mergulhamos mesmo. É essencial que os dados sejam confiáveis e consistentes para serem usados por todo o processo, desde estudo para levantamento de hipóteses até a avaliação de resultados.
- Criação de Hipóteses: Uma vez que o contexto é dado, está na hora de criar suposições com base nas evidências e informações disponíveis a serem validadas. Com uma linguagem clara, direta e completa, cria-se uma frase descritiva. É importante lembrar que nada está escrito em pedra, uma hipótese pode ser mudada ou descartada com base em novas evidências conforme os experimentos acontecem.
- Experimentação e conclusão: Vamos colocar em prática a solução pensada para validar se realmente é o caminho. Para iniciar a experimentação, tenha definido e claro como a validação será feita, qual será o período de experimentação, qual é o indicador de sucesso do experimento e qual será a amostra mínima para confiabilidade. É comum considerar que o experimento foi um sucesso erroneamente, avaliando algo que teve baixa amostra ou que não tinha um indicador claro de sucesso, fique de olho.
- Gerando aprendizados: reúna o time para uma retrospectiva do experimento e levantamento dos aprendizados gerados por ele, sendo um sucesso ou não. Essa é uma fase importantíssima para evolução de novos experimentos posteriores.
A cultura de experimentação pode ser aplicada em diversas áreas, não apenas dentro da tecnologia.
Deu tudo errado
Em uma cultura de constante experimentação muita coisa vai dar errado, pode ter certeza. É falhando, falhando de novo e de novo, que aprendemos, entendemos o que não dá certo, quais caminhos não seguir e alimentamos a base de conhecimento para nos liderar à hipóteses que enfim, serão de sucesso e gerarão inovação.
Os experimentos estão aqui para isso. Melhor falhar rápido, com baixo investimento de tempo, energia e dinheiro do que construir um castelo e entender que o que precisavam era uma bicicleta.
Nos fracassos, tire insights dos erros e aprenda com eles. Ouça a visão do time sobre o resultado e sobre o processo. Avalie se é possível aproveitar uma parte do experimento, mas seguindo um novo caminho. Teste suas hipóteses sempre e não deixe que o time se frustre nas iniciativas de insucesso de uma forma que isso possa travar novas ideias.
Como tornar a experimentação cultural?
A teoria parece bem mais simples que a prática. Para que a experimentação rumo à inovação vire algo cultural, vale considerar algumas premissas importantes como segurança psicológica para poder errar e gerar aprendizados contínuos; recursos, como ferramentas e treinamentos; autonomia e tempo, para que o time possa fluir sozinho, sem dependências e "barreiras" no caminho e consistência nos processos para que vire hábito e seja cada vez mais natural.
Mergulhar em métodos e conceitos que tenham a experimentação como base ou pilar é uma boa maneira de tornar tudo isso cultural e parte do dna da organização, como Design Thinking, Growth Hacking, Lean Startup, Culture Hacking, entre diversos outros.