Criptomoedas: ex-CEO da FTX pode pegar 115 anos de cadeia

Preso segunda-feira (12) nas Bahamas, o criador da exchange de criptomoedas FTX, Sam Bankman-Fried, conhecido como SBF, pode ser condenado a até 115 anos de prisão, isto se todas as oito acusações anunciadas pelos promotores federais dos EUA forem integralmente aplicadas ao notório investidor.

Alguns traders – e até mesmo alguns rivais, como a Binance – que estavam arquitetando um plano para socorrer a FTX bateram em retirada assim que uma reportagem explosiva da CoinDesk revelou como a corretora estava intimamente relacionada com outra empresa de SBF: a Alameda Research.

Até mesmo o novo CEO da FTX, John J. Ray, fez questão de “tirar uma casquinha” no infortúnio do antigo colega, afirmando que, sob a liderança de Bankman-Fried, a empresa revelou uma "falha total nos controles corporativos".

Quais são as acusações contra o SBF?

Fonte: Shutterstock/Reprodução.Fonte:  Shutterstock 

As acusações feitas pelos diversos promotores federais americanos, aí incluídos membros da Comissão de Valores Mobiliários (SEC) e do Departamento de Justiça (DoJ), são gravíssimas. Além de apropriação indébita de fundos de clientes, usados para contribuições políticas, compra de imóveis e pagamentos de empréstimos da Alameda, SBF também fraudou vários de seus credores.

Contra o jovem bilionário há também quatro acusações de fraude eletrônica e uma acusação de conspiração para lavagem de dinheiro, cada uma delas com penas máximas previstas de 20 anos. Há também fraudes de commodities, de valores mobiliários e violações federais de financiamento de campanhas políticas, cada uma delas com sentenças máximas de cinco anos.

Durante uma audiência realizada na terça-feira (13), um juiz das Bahamas negou fiança pleiteada pela defesa de Bankman-Fried, afirmando que o benefício representaria um risco de fuga. O magistrado determinou que a custódia seja mantida até fevereiro de 2023.