Em uma decisão polêmica, o Departamento de Polícia de São Francisco (SFPD), nos Estados Unidos, obteve autorização para utilizar robôs equipados com armas letais, conforme relatou a Associated Press (AP) na quarta-feira (30). Com a liberação, essas máquinas podem ser usadas em "situações extremas" durante operações policiais.
De acordo com o Conselho de Supervisores da cidade californiana, a autorização é para que os “robôs assassinos” sejam acionados apenas em circunstâncias nas quais a vida de um cidadão ou policial estiver em risco iminente e não houver outra opção. Ou seja, a tecnologia só dever usada como último recurso, sendo capaz de matar ou incapacitar suspeitos.
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Além disso, o equipamento não pode ser autônomo, devendo ser controlado remotamente por um profissional devidamente treinado para operá-lo. A princípio, as autoridades locais devem adaptar para a tarefa a frota de robôs militares existente na cidade, que atuam em operações com risco de bomba.
Os robôs antibombas Talon do SFPD devem adaptados para a nova tarefa.Fonte: Qinetiq/Divulgação
O SFPD possui, atualmente, 17 máquinas deste tipo, também chamadas de Talon, fabricadas pela Qinetiq, das quais 12 estão em funcionamento. A instituição disse que, se for o caso, pode equipá-los com bombas para eliminação do alvo, embora não tenha planos, no momento, de utilizar o robô com autorização para matar.
Críticas à decisão
Após a aprovação do uso do robô policial equipado para matar em São Francisco, a Defensoria Pública da cidade criticou a decisão. Conforme o órgão, “a capacidade de matar membros da comunidade remotamente” é “desumanizante e militarista”, tendo a capacidade de transformar as ruas do município em uma zona de guerra.
Robôs armados já são realidade em algumas cidades americanas, como em Dallas, onde uma máquina equipada com explosivos foi usada para matar um atirador responsável pela morte de cinco policiais, em 2016. Há também os lugares que proibiram essa tecnologia, incluindo os estados do Maine, Dakota do Norte e Virgínia.
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