Novas regras antimonopólio que estão entrando em vigor na União Europeia nesta terça-feira (1º) podem trazer mudanças significativas para o setor de tecnologia, impactando grandes empresas atuando na região. A Apple é uma das potenciais afetadas pela Digital Markets Act (DMA).
Proposta em 2020 e aprovada em março deste ano, a Lei de Mercados Digitais (em tradução livre) começa a sua fase de implementação hoje no bloco europeu, passando a ser aplicada em maio de 2023. Em resumo, ela objetiva tornar o segmento mais justo e competitivo.
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Com a nova legislação, as empresas classificadas como “guardiãs” serão obrigadas a modificar seus ecossistemas para que outras possam operar de forma integrada. No caso da Maçã, que provavelmente receberá tal classificação, segundo o MacRumors, isso levaria a alterações em serviços como a App Store.
O ecossistema da Apple pode ser forçado pela DMA a ser mais aberto.Fonte: Unsplash
Para se adequar à DMA, a Apple seria forçada a permitir que os usuários de iPhones e iPads instalem lojas de apps de terceiros em seus dispositivos, em vez de deixar a loja do iOS como única opção. Além disso, a gigante de Cupertino teria que compartilhar os dados coletados na plataforma e liberar a utilização de sistemas de pagamento externos.
iMessage na mira
A Lei de Mercados Digitais da UE também propõe mudanças radicais nos serviços de mensagens, chamadas de áudio e vídeo, tornando tais ferramentas interoperáveis. Ou seja, a Apple pode ser obrigada a abrir a estrutura do iMessage para apps como WhatsApp, Telegram, Signal e Messenger, além de outros.
Dessa forma, o app de mensagens do iPhone pode acabar se tornando compatível com seus principais concorrentes, se a Maçã for classificada como guardiã dentro da nova legislação. A interoperabilidade do iMessage com outras plataformas é motivo de discussão entre ela e a Google há vários anos.
Há alguns meses, a Apple se disse contrária às mudanças, afirmando que as inovações provocadas pela DMA são capazes de criar vulnerabilidades e ameaçar a segurança dos usuários. É válido ressaltar que as empresas terão um prazo de seis meses para cumprir os requisitos da nova regra da UE.
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