Computação quântica, a próxima fronteira: estamos preparados?

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Os avanços tecnológicos não param de nos surpreender. Nessa linha, um fenômeno revolucionário — ainda pouco conhecido do público — se desenvolve a passos largos nos bastidores e projeta mudanças radicais no atual estado das coisas. Estamos falando da computação quântica.

A computação tradicional, que já se apresenta bastante rápida e capaz, não chega aos pés do que está por vir. Com a computação quântica, podemos projetar soluções para muitos dos desafios atuais. Os computadores em uso apresentam dificuldade na realização de análises combinatórias, que requerem o processamento das muitas possibilidades de combinação entre conjuntos de informações.

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Hoje, é preciso empregar grande poder computacional — leia-se muito tempo e dinheiro — para tais cálculos. Com a computação quântica, isso deve mudar.

A computação quântica se vale dos inexplorados estados atômicos para efetuar cálculos. Nela, os dados são mantidos em qubits, cujas propriedades viabilizam o fenômeno da superposição. Em um computador tradicional, um “bit” pode ter o valor de 0 ou 1; já um qubit oferece mais possibilidades, apresentando os valores 0 e 1 ao mesmo tempo.

Computação QuânticaA computação quântica se vale dos inexplorados estados atômicos para efetuar cálculos.

Outro diferencial dos qubits é que eles apresentam a característica de entrelaçamento, o que reduz o número de ações necessárias para modificação de seu estado.

No fim do dia, isso significa que os computadores quânticos encontram soluções em análises combinatórias de maneira mais rápida e barata em comparação com os computadores tradicionais. Isso porque conseguem testar mais possibilidades simultaneamente, reduzindo o número de operações necessárias para concluir os cálculos.

Quais avanços a computação quântica promove no mundo?

Com esse avanço, prevê-se disrupção em vários domínios. Afinal, estamos falando sobre uma tecnologia revolucionária, que tende a facilitar diversos setores, como: 

  • Inteligência artificial: a computação quântica potencializa o uso de sistemas de inteligência artificial, os quais demandam o processamento de grandes quantidades de informações para realizar previsões e viabilizar decisões mais assertivas. 

  • Desenvolvimento de medicamentos: a computação quântica promete agilizar a descoberta e manipulação de moléculas, realizando, com maior rapidez, as simulações de suas propriedades, o que acelera o processo de desenvolvimento de novos medicamentos.

  • Cibersegurança: a computação quântica pode viabilizar a quebra de criptografia, que é hoje um pilar da cibersegurança. Isso trará desafios para a manutenção da credibilidade de tecnologias consideradas extremamente seguras, como o blockchain.

  • Serviços financeiros: a computação quântica promete ofertar maior poder computacional empregue a análises financeiras, precificação de ativos e outros, o que hoje é tido como diferencial de instituições atuantes no setor.

Estamos ingressando na era fascinante da computação quântica, que vai possibilitar muita inovação em variados setores-chave da economia. Se, por um lado, isso significa que caminhamos para ter uma sociedade ainda mais capaz de solucionar problemas, também temos de nos atentar aos riscos.

Afinal, quais são os riscos da computação quântica?

Computação QuânticaA computação quântica vai propiciar um aumento da capacidade de processamento de informações.

A computação quântica vai propiciar um aumento sem precedentes da capacidade de processamento de informações. Isso requererá ainda mais governança — por parte das organizações — em torno de temas como segurança da informação e proteção de dados pessoais.

Não será possível surfar nessa nova onda sem antes "fazer o dever de casa", pois, por certo, a regulação vigente e vindoura trará limites a esse novo (e imenso) poder. Assim, é necessário estar atento às leis existentes em matéria de segurança, privacidade e proteção de dados e afins, bem como monitorar os avanços regulatórios.

Nesse sentido, vale comentar que no Brasil, além da Lei Geral de Proteção de Dados (Lei nº 13.709/2018 ou “LGPD”), o Senado Federal inaugurou uma Comissão de juristas para formatar a futura regulação sobre Inteligência Artificial.

Ambos os temas devem sofrer impactos e terão de ser lidos à luz do avanço tecnológico em questão. Aguardemos as cenas dos próximos capítulos.

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