A Anatel divulgou na terça-feira (20), os dados de tráfego de chamadas curtas geradas nas redes que comprovam uma redução de 43,38% quando comparados os números de setembro com os de junho, mês em que foi expedido o Despacho Decisório nº 160/2022/COGE/SCO, que basicamente "enquadrou" as robocalls, chamadas feitas por bots.
Incômodas para os consumidores, as chamadas de curta duração são feitas com dois objetivos. Primeiramente, é conferir se um número aleatório tem uma pessoa física na outra ponta. É a chamada "prova de vida" que, além da existência do usuário, testa a sua propensão a atender ao telefone e, em alguns casos, conferir sua identidade.
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O outro objetivo é assegurar que os trabalhadores das centrais de atendimento não fiquem ociosos. Para isso, as empresas utilizam os chamados "discadores preditivos" que realizam dezenas de ligações simultâneas em volume muito superior à quantidade de atendentes. Como os atendentes não dão conta das ligações excedentes, elas são desconectadas mesmo com os usuários na linha.
Como ficaram as chamadas curtas após a cautelar da Anatel?
Fonte: Anatel/Twitter/Reprodução.Fonte: Anatel/Twitter
Com a expedição da medida cautelar que, além do bloqueio de usuários, determinou que as operadoras passassem a cobrar pelas chamadas de até 3 segundos (o que era proibido), o total de chamadas curtas realizadas na semana de 4 a 10 de setembro foi de 2,31 bilhões de um total de 4,07 bilhões efetuadas. Na semana da assinatura do despacho – 5 a 11 de junho –, esses números haviam sido, respectivamente, 4,08 bilhões e 6,33 bilhões de chamadas.
Para se ter uma ideia do impacto positivo das medidas da Anatel, basta verificar a média de chamadas curtas nos 30 dias anteriores à cautela. Com base nesse número, é como se 13,8 bilhões de chamadas curtas deixassem de ser realizadas entre 12 de junho e 10 de setembro.
Isso significa que, em três meses, a Anatel promoveu a economia de um mês de tráfego de chamadas curtas nas redes de telecomunicações.
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